Em
coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista Marcelo
Rubens Paiva relembrou a tomada de poder pelos militares (1964) e afirmou que o
então presidente da República, João Goulart, seguiu a lei durante todo período,
apesar das afirmações recorrentes de que o golpe foi resultado da instabilidade
e desordem provocadas por ele. Segundo Paiva, na época o país estava
ideologicamente polarizado e a conspiração era generalizada. Muitos países
passavam por momentos semelhantes, entretanto, no Brasil, a situação levou ao
regime militar (1964-1985). Com a renúncia do presidente da República Jânio
Quadros, em 1961, o então vice Goulart, que se encontrava na República Popular
da China, foi impedido de voltar ao país e o presidente da Câmara dos
Deputados, Ranieri Mazzilli, foi empossado presidente da República. A “campanha
da legalidade” pediu que fosse cumprida a Constituição, mas na recusa dos
militares em aceitarem Goulart, a decisão foi mudar o regime político do Brasil
para o parlamentarismo e tornar Tancredo Neves primeiro-ministro. Em 1963, uma
decisão tomada em plebiscito definiu a volta do presidencialismo ao país. Paiva
afirmou que pesquisas encontradas recentemente apontam que, na época, 59% da
população era a favor das medidas anunciadas por Goulart no Comício da Central
do Brasil e 49,8% votariam nele caso pudesse ser candidato à reeleição. Segundo
Paiva, no dia 01/04/1964 o Congresso Nacional declarou vago o cargo de
presidente da República e novamente empossou Mazzilli. Posteriormente, uma
junta militar tomou o poder, dando início ao regime militar. (O Estado de S.
Paulo - Cultura - 05/04/14)
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