O jornal O Estado de S. Paulo realizou um
levantamento nas listagens de torturadores feita pelo projeto Brasil Nunca Mais
e descobriu que, dos 439 acusados de torturar presos políticos durante o regime
militar (1964-1985), cerca de 229 eram integrantes das Forças Armadas ou das
Polícias Militares; 174 eram civis e 36 não tiveram seu vínculo identificado. O
Estado destacou, portanto, que embora a prática da repressão esteja associada
aos militares, quatro em cada dez torturadores eram civis. Em coluna opinativa
para a Folha de S. Paulo, o jornalista Ruy Castro ressaltou a necessidade de
investigar a participação de civis na tomada de poder pelos militares e nas
violações dos direitos humanos cometidos durante o período do regime militar. O
colunista citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek, os governadores Magalhães
Pinto e Carlos Lacerda e o deputado Ulysses Guimarães como exemplos de líderes
civis que apoiaram a eleição indireta do marechal Castello Branco e, portanto,
a tomada de poder.
Também em coluna opinativa para a Folha, o
ex-governador do estado de Minas Gerais Aécio Neves argumentou que a “triste
página escrita” pelo Congresso Nacional brasileiro na tomada de poder de 1964
precisa ser lembrada. No dia 01/04/64, o Congresso declarou o cargo de
presidente da República vago, mesmo ciente da informação oficial de que o então
presidente, João Goulart, estava em território brasileiro. (Folha de S. Paulo –
Opinião – 31/03/14; O Estado de S. Paulo – Especial – 30/03/14)
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