terça-feira, 12 de agosto de 2014

Justiça aprovou alteração na certidão de óbito do guerrilheiro Ruy Carlos Berbert morto durante o regime militar

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a certidão de óbito do guerrilheiro Ruy Carlos Berbert terá a causa da morte alterada de suicídio para “asfixia mecânica por enforcamento, decorrente de maus tratos e torturas”. A decisão foi tomada pela Justiça após ação movida por Rodrigo Berbert Pereira, sobrinho do guerrilheiro. A versão oficial da morte de Berbert foi questionada pelo jornal, em 2012, com a publicação de fotos e relatórios até então inéditos. Segundo O Estado, o guerrilheiro foi morto na cadeia pública de Natividade, atual estado de Tocantins, em 1972, durante o regime militar (1964-1985). Berbert foi enterrado no dia 02/11/1972 sem avaliação de um médico legista, tendo o atestado de morte dado por dois farmacêuticos. Segundo o jornal, após relato do fotógrafo Antônio Rodrigues de França, que foi chamado pela delegacia de Natividade para registrar a morte do guerrilheiro preso na cadeia pública, O Estado revelou que o Centro de Informações do Exército (CIE) organizou uma força-tarefa envolvendo homens da 3.ª Brigada de Infantaria, da Polícia Federal, da Aeronáutica e do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) para combater militantes do Movimento de Libertação Popular (Molipo), grupo  que Berbert integrava, na região. O desembargador que avaliou a ação, André Nabarrete, afirmou que “o regime militar matou e torturou ‘inúmeros’ militantes oposicionistas, que foram considerados suicidas ou vítimas de acidentes” e, portanto, decidiu ser razoável entender que Berbert não cometera suicídio. O jornal relembrou que já alteraram as certidões de óbitos de Alexandre Vannuchi Leme, morto em 1973; Vladimir Herzog, morto em 1975; e João Batista Drummond, morto em 1976. (O Estado de S. Paulo – Política – 02/08/14)


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