Segundo
o periódico Folha de S. Paulo, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
(IHGB) concluiu o inventário do arquivo do ex-presidente da República, general
Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), coordenado pela professora Regina
Wanderley. O acervo, que contém 475 itens documentais e centenas de
fotografias, foi doado em 2004 ao Instituto pelo filho e assessor especial do
general, Roberto Nogueira Médici. Dentre os documentos, há uma cópia de uma
lista apreendida na casa de um dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária
(VPR), que contém os nomes de 28 presos da cidade de São Paulo que seriam
libertados em troca do então embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, que
planejavam sequestrar. O nome da presidenta da República, Dilma Rousseff,
estava nesta lista. Esse sequestro era de conhecimento do Destacamento de
Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), que
não o impediram de ocorrer. O embaixador foi trocado por 40 presos políticos,
mas da lista, somente 6 entraram, deixando a presidenta de fora. Há também dois
telegramas de senadores do partido governista expedidos depois da edição do Ato
Institucional nº 5, sendo que no primeiro, 20 senadores protestavam contra a
implantação do Ato, e no segundo, 34 apoiavam, mas 7 dos senadores assinaram os
dois. O general também possuía uma representação do ministro da Justiça e
ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP), Luís Antônio da Gama e Silva
propondo a cassação dos 20 signatários do primeiro telegrama. Se Gama e Silva
tivesse prevalecido, o regime militar (1964-1985) tomaria um rumo mais radical.
Médici guardou, também, pelo menos três lotes de documentos denunciando o que
acontecia nas prisões, o que demonstra o seu conhecimento a respeito das
torturas praticadas durante a sua gestão. (Folha de S. Paulo – Poder –
06/08/14)
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