terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aeronáutica investiga queda da aeronave que transportava o candidato à presidência da República Eduardo Campos

Segundo os periódicos Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou, no dia 15/08/14, que os registros de áudio da caixa-preta da aeronave que transportava o candidato à presidência da República Eduardo Campos não correspondem ao voo que caiu no dia 13/08/14. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) afirmou que o equipamento é considerado fundamental para apuração de acidentes aéreos e é obrigatório, sendo o comandante responsável por averiguar o funcionamento do aparelho antes de cada voo. A Aeronáutica informou que irá apurar a possibilidade de uma falha ter parado o funcionamento da gravação, mas que apesar de serem importantes, os dados da caixa-preta são apenas mais um elemento de investigação, não sendo imprescindíveis para a análise e identificação das causas do acidente. O Estado informou que FAB irá averiguar quando foi a última vez que o funcionamento do gravador foi checado, quem fazia a manutenção e se houve pane anterior, além de apurar se os pilotos do voo tinham o hábito de verificar o equipamento antes da decolagem e se levantaram informações sobre as condições de tempo e de pista da cidade de Santos no dia do voo. Em entrevista ao periódico Folha de S. Paulo, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou que o órgão está realizando consultas ao fabricante da aeronave e à empresa de manutenção para averiguar o motivo do equipamento não ter realizado gravações durante o voo, o que não é usual. Saito lembrou que o órgão utiliza outros meios de análise além da caixa-preta, como as condições das turbinas e dos flaps e as gravações dos radares, e que apesar do estado danificado das turbinas, essas ainda permitem boas condições de análise. O comandante informou que apesar de ainda não ser possível descartar a possibilidade de falha mecânica, pode-se constatar que o trem de pouso e os flaps funcionaram. A hipótese de colisão com drones ou pássaros foi descartada por Saito, pois nas condições climáticas tais elementos não se encontrariam no caminho da aeronave. Segundo Saito, na última comunicação com a Base do Guarujá, o piloto informou que estava esperando melhora nas condições climáticas para poder aterrissar. De acordo com a Folha, apesar dos dois motores da aeronave terem sido recuperados, o fato do avião ter se fragmentado devido ao impacto com o solo dificulta as investigações, assim como a ausência no jato de um gravador de dados de voo, o qual monitora o comportamento dos equipamentos do avião. De acordo com O Estado, todos os diálogos do piloto com os centros de controle do tráfego aéreo, das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Santos estão gravados e serão utilizados pelo Cenipa nas investigações. Segundo o periódico, dados já coletados permitem afirmar que a aeronave se encontrava em movimento vertical no momento da colisão com o solo e que os destroços estavam soterrados a quatro metros da superfície e concentrados no local da queda, além de informar que a explosão da aeronave ocorreu no solo. O Estado informou que na manhã do dia 15/08/14 a Polícia Federal cercou a área do acidente e iniciou, com apoio de oficiais da Aeronáutica, um trabalho que objetiva reconstruir a cena da tragédia, buscando apontar o traçado exato realizado pelo jato quando colidiu com o solo. De acordo com Correio, o órgão não descartou até o momento nenhum motivo para a queda da aeronave, incluindo falha mecânica, já que o avião apresentou pane elétrica recente. De acordo com os jornais Folha e O Estado, o manual da aeronave alertava para o risco de mergulho abrupto caso os flaps (dispositivos que aumentam a área das asas para aumentar a estabilidade do avião durante subidas e arremetidas) fossem recolhidos enquanto a aeronave estivesse em velocidade superior a 370km/h. Segundo a Folha, o comandante da Aeronáutica afirmou que “os flaps estavam recolhidos”. O Estado informou que militares envolvidos na investigação destacaram que existem técnicas que possibilitam averiguar dados importantes no momento do impacto, mas não durante a arremetida.  (Correio Braziliense – 16/08/14; Folha de S. Paulo – Poder – 16/08/14; Folha de S. Paulo – Poder – 19/08/14; O Estado de S. Paulo – Política – 16/08/14; O Estado de S. Paulo – Política – 19/08/14)

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