De acordo com os periódicos Correio
Braziliense e Folha de S. Paulo,
o Ministério da Justiça oficializou a anistia post mortem do ex-guerrilheiro Carlos Marighella. Tal
reconhecimento havia sido realizado previamente em dezembro de 2011, com um
pedido de desculpas do Estado brasileiro. Segundo o Correio, no ano de 1996,
a Comissão de Mortos e Desaparecidos responsabilizou a
União pelo assassinato do ex-militante. Para o presidente da Comissão de Anistia,
Paulo Abrão, a anistia concedida a Marighella representa uma “revisão de
injustiça cometida no passado, no que se refere à reparação moral para a
família de uma pessoa histórica como o Marighella” e uma oportunidade para o
Estado brasileiro reparar os erros cometidos no passado. O Correio ainda evidenciou que a conselheira da Comissão da Anistia,
Ana Clara Guedes, afirmou que "o Estado interferiu em sua vida, privando
sua liberdade ao prendê-lo e ao forçá-lo à clandestinidade, e ao retirar o
maior e mais importante bem que temos: a vida". O Correio reportou que Marighella filiou-se ao Partido Comunista
Brasileiro aos 18 anos, foi forte opositor do governo de Getúlio Vargas e do
regime militar. A Folha evidenciou
que, segundo a Comissão da Anistia, Marighella "era considerado pelo Dops
[Departamento de Ordem Política e
Social] um dos maiores teóricos do comunismo brasileiro e um eventual
substituto de Luis Carlos Preste". O ex-militante foi assassinado em uma
emboscada armada por 30 agentes do Dops, liderados por Sérgio Paranhos Fleury,
em novembro de 1969. A
família de Marighella requisitou somente o reconhecimento da perseguição ao
militante, sem a necessidade de reparações financeiras. O Correio ainda afirmou que, de acordo com o Ministério da Justiça,
existem 60 mil pedidos de anistia e que, destes, 50 mil já foram julgados. (Correio
Braziliense -10/11/12; Folha de S. Paulo – Poder – 10/11/12)
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