terça-feira, 1 de julho de 2014

Colunas opinativas analisam relação entre a Copa do Mundo e o contexto político do Brasil

Em coluna opinativa ao jornal Folha de S. Paulo, o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ronaldo George Helal, recordou que na Copa do Mundo de 1970 o regime militar brasileiro (1964-1985) buscou “imprimir otimismo ao povo brasileiro”. No período, a música escolhida pelos patrocinadores das transmissões dos jogos era de caráter ufanista e buscava incentivar a união nacional, cantando “Todos juntos, vamos pra frente, Brasil”. Helal argumentou que em 1968 havia sido instituído no país o Ato Institucional 5, proibindo a população de se manifestar politicamente, mas que foi o chamado “milagre econômico” o responsável por manter a população “sob controle”. Ao criticar a ideia difundida na atualidade de que a vitória ou derrota do Brasil na Copa do Mundo influenciará na situação política e eleitoral do governo, Helal afirmou que em 1970 a censura, tortura e mortes não foram influenciadas pela conquista do Brasil no futebol. O jornalista Ruy Castro, em coluna para o mesmo jornal, argumentou que sua geração presenciou a degradação dos símbolos nacionais pelo regime militar, como por exemplo na época do ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, quando a bandeira, o hino e o brasão nacionais foram utilizados como símbolos que davam aval aos crimes cometidos pelo governo no período. Segundo Castro, tal associação fez com que esses símbolos fossem vistos com repulsa pelos brasileiros. Para o jornalista, apenas com o fim do regime militar e a redemocratização do país, ocorreu a reabilitação dos símbolos e cores nacionais, que passaram a ter um caráter positivo. (Folha de S. Paulo – Opinião – 21/06/14)

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