terça-feira, 29 de julho de 2014

Comissão Nacional da Verdade iniciou a oitiva de cerca de 40 militares a respeito das violações de direitos humanas ocorridas durante o regime militar

Correio Braziliense. Dallari: "Há muita resistência por parte dos oficiais da reserva". Correio Braziliense, Brasília. 19 jul 2014.

Segundo o periódico Correio Braziliense, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) iniciou os depoimentos de cerca de 40 militares da reserva a respeito das violações aos direitos humanos cometidas durante o regime militar (1964-1985). O Correio afirmou que a ação da CNV é uma das últimas antes de se consolidar o relatório final da comissão, que será apresentado em dezembro de 2014. As oitivas tiveram início no dia 21/07/14, na cidade de Brasília, no Distrito Federal, e continuaram na semana seguinte, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o coordenador da comissão, Pedro Dallari, devido à má vontade e resistência por parte dos oficiais da reserva em concederem os depoimentos, o uso de uma condução coercitiva dos oficiais, com suporte da Polícia Federal, até os locais das oitivas não foi descartado. Dallari declarou que apesar do grande número de depoimentos, esses não estão encerrados, sendo que a partir dos próprios pode-se haver novas convocações. De acordo com o periódico, uma das oitivas mais aguardadas é o do general reformado e ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI), José Antônio Belham. O general comandou o órgão na época em que o deputado federal Rubens Paiva foi assassinado. Outro assunto de destaque e no qual podem surgir novas informações refere-se à Guerrilha do Araguaia (1979), pois sete dos convocados a depor atuaram na repressão ao grupo guerrilheiro. O periódico lembrou que o comandante da repressão no Araguaia, Sebastião Curió, não está entre os que serão interrogados, mas que os depoimentos atuais subsidiarão a audiência pública prevista para agosto de 2014, na qual Curió será ouvido. O Correio lembrou que dos convocados, 11 receberam a Medalha do Pacificador com Palma, uma das maiores honrarias do Exército, a qual foi destinada a um grande número de militares acusados de violações aos direitos humanos. (Correio Braziliense – Política – 19/07/14)

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