De acordo
com o jornal O Estado de S. Paulo, a
exumação dos restos mortais do ex-presidente da República João Goulart,
conhecido por Jango, ocorrerá nos próximos dias, com o objetivo de esclarecer a
causa da morte, uma vez que existem suspeitas de que Goulart foi envenenado no
seu exílio na Argentina após ter sido deposto pelo golpe de 1964. O filho mais
velho do ex-presidente, João Vicente Goulart, em entrevista ao Estado, relembrou “fatos e personagens
que situam a morte de Jango no cenário de assassinatos seletivos da Operação Condor
- com apoio logístico e técnico de agentes americanos”. Para ele, o Brasil
deveria solicitar ao presidente estadunidense, Barack Obama, toda a
documentação sobre Jango que os Estados Unidos possuem em seus arquivos, uma vez que o país teve envolvimento com a
Operação Condor. O filho do ex-presidente ainda afirmou que o ex-piloto da
Força Aérea uruguaia, Enrique Foch Díaz, pode ter envolvimento com um
assassinato no contexto da Operação Condor. Díaz teria vendido terras para João
Goulart ao mesmo tempo em que mantinha contato com os militares. Em um livro de
sua autoria, cujo título é ’’El Crímen Perfecto’’, o ex-piloto uruguaio menciona a possível
existência “de um complô comercial contra Jango”, além das possibilidades de
envenenamento. De acordo com Vicente Goulart, o ex-agente brasileiro Mario
Neira Barreiro teria revelado a ele que monitorou o ex-presidente no exílio. No
que tange à exumação, Vicente Goulart mencionou que a família busca incluir
peritos cubanos, além dos argentinos e uruguaios já convocados, por possuírem
alta capacidade nesse tipo de análise. Além disso, a família do ex-presidente
solicitou o testemunho de estrangeiros ligados à Operação Condor, como
estadunidenses, além da busca por detalhes da participação do então comandante
do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo, o delegado
Sérgio Paranhos Fleury, na morte de João Goulart. (O Estado de S. Paulo –
Política – 07/09/13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário