quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Colunista comentou obra sobre a Guerrilha do Araguaia

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista e ex-professor da Universidade de São Paulo (USP), Bernardo Kucinski, fez uma análise sobre a obra de ficção “Palavras Cruzadas", da autora Guiomar de Grammont. O enredo tem como principal cenário a Guerrilha do Araguaia (1967-1974) e, como afirmou Kucinski, contém diversas metáforas e reflexões críticas. Segundo o jornalista, dois temas considerados “tabus” são abordados pela história: o primeiro é o “justiçamento” dos guerrilheiros por companheiros sob a alegação de traição, o que é utilizado por Grammont para “alavancar a crítica à guerrilha, cujos dirigentes são retratados como coercitivos e militaristas”. O segundo tema se refere ao sequestro de bebês feito por militares para a adoção. De acordo com Kucinski, apesar de não haver provas dessa atividade no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), a Comissão da Verdade do estado de São Paulo mencionou a possibilidade do sequestro de bebês nascidos durante o movimento guerrilheiro. O jornalista afirmou que a obra comparou criticamente tanto guerrilheiros quanto repressores, explicando porque “por tantos anos as Forças Armadas se recusaram sequer a admitir que existiu uma guerrilha no Araguaia, atribuindo eles próprios ao seu cerco e aniquilamento o estatuto macabro do indizível”. (O Estado de S. Paulo – Caderno 2 – 26/09/15)

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