De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, no
dia 20/05/13, a professora e militante durante o regime militar (1964-1985),
Sarita D’Ávila Mello, relatou perante a Comissão Municipal da Verdade de São
Paulo que, em outubro de 1975, o então comandante do 2.º Exército e parente de
Sarita D’Ávila Mello, general Ednardo D’Ávila Mello, esteve no Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) da
cidade, para impedir que ela fosse torturada. Segundo Sarita, a presença do
general no DOI-Codi prova que o Alto Comando das Forças Armadas sabia das
violações dos direitos humanos que aconteciam no local, assim como indica a
falta de confiança que o general possuía em seus subordinados. "Ele não
confiava na máquina da repressão. Podia ter apenas dado uma ordem. Não
precisava ir lá para ver uma menina de 23 anos." O jornal ressaltou ainda
que Sarita foi solta em 24/10/1975, enquanto que o jornalista Vladmir Herzog,
militante do mesmo partido, foi morto nas instalações no dia seguinte, e o
operário Manoel Fiel Filho morto pelo mesmo grupo repressor dois meses após sua
saída. Segundo O Estado, a Comissão da Verdade de São Paulo ouviu também no dia
20/05/13 na Assembleia Legislativa, a procuradora do Ministério Público
Federal, Eugenia Augusta Gonzaga, a qual evidenciou o descaso com a identificação
das vítimas do regime militar que estão sepultadas no Cemitério Dom Bosco,
localizado na cidade de São Paulo. Na mesma sessão, o secretário Nacional de
Justiça, Paulo Abrão, alegou que a falta de grupos de antropologia e
arqueologia forense dificulta a identificação, sendo esta "uma lacuna no
Estado de Direito brasileiro”. (O Estado de S. Paulo – Política – 21/05/13)
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