Em
coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Carlos Heitor
Cony ressaltou que o principal motivo para a criação da Comissão Nacional da
Verdade (CNV) é a lição e o exemplo histórico contra a instalação e permanência
de um regime autoritário no país. Cony lembrou que a razão final para as
investigações seria a condenação de movimentos que atentaram contra os direitos
humanos e criticou o trabalho da CNV pela “horizontalidade das culpas” na
questão da anistia. Ao afirmar a importância de exibir historicamente a
verticalidade dos crimes, o jornalista apontou que a própria sociedade não é
inocente, pois não se manifestou adequadamente desde o começo, contra o
primeiro Ato Institucional do regime militar (1964-1985). Segundo Cony, “há um
esquecimento generalizado do apoio que a sociedade deu ao golpe de Estado de
64”. Em coluna opinativa para o periódico O Estado de S. Paulo, Denis
Rosenfield, professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, afirmou que a CNV equivoca-se ao reconstituir parcialmente os fatos,
ignorando a “violência cometida pelos militantes da luta armada que tencionavam
estabelecer no País uma ditadura comunista/socialista”. Além da abrangência das
investigações, Rosenfield destacou que a CNV tem erroneamente desviado seu foco
para o questionamento sobre a validade da Lei da Anistia (1979), apesar de sua
recente revalidação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o filósofo, a
criação da Lei foi “fruto de um amplo esforço de pacificação nacional,
envolvendo os partidários do regime e a oposição” e alguns membros da CNV estão
procurando “criar condições perante a opinião pública para que o STF se sinta
pressionado e volte atrás” em sua decisão. (Folha de S. Paulo – Poder – 02/06/13;
O Estado de S. Paulo – Opinião - 03/06/13)
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