De acordo com o
periódico O Estado de S. Paulo, o Brasil assinará um contrato para adquirir
três unidades do sistema russo de defesa antiaérea Pantsir-S1, em 2016, para
uso das Forças Armadas. A informação foi confirmada pelo embaixador do Brasil
na Rússia, José Antonio Vallim Guerreiro, pelo Serviço Federal para Cooperação
Técnica-Militar da Rússia, pela agência de publicidade russa Ria Novosti e por
diversos empresários brasileiros da área de Defesa. Segundo o jornal, o acordo
foi discutido pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo presidente
russo, Vladimir Putin, em julho de 2015. Os detalhes do acordo foram divulgados
devido à visita do vice-presidente da República, Michel Temer, à Moscou,
ocorrida na semana anterior, em que Temer participou da 9.ª Reunião da Comissão
Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia. De acordo com o jornal,
Guerreiro afirmou que o contrato será de US$ 500 milhões. Segundo um empresário
brasileiro, presente em Moscou, o valor final do contrato pode chegar a US$ 700
milhões dependendo dos requisitos tecnológicos exigidos pelo Ministério da
Defesa. O jornal informou que haverá uma carência de 8 anos prevista no
contrato, “o que reduziria o impacto orçamentário de curto prazo, sem
comprometer o momento de ajuste fiscal no Brasil”. Inicialmente, a expectativa
era de que o acordo fosse concluído a tempo de os equipamentos serem utilizados
para reforçar a segurança durante a Copa do Mundo de 2014, visto que o Brasil
demonstrava interesse pelo sistema desde 2013. A previsão atual é de que o
equipamento seja incorporado à segurança de médio alcance durante as Olímpiadas
de 2016 na cidade do Rio de Janeiro, cobrindo uma área de 15 a 20 quilômetros.
O Pantsir é composto por lançadores de mísseis e canhões de controle eletrônico,
além de “carro de comando-controle, radar secundário, remuniciadores e unidade
meteorológica”. O periódico afirmou que “o radar de detecção localiza os alvos
na cadência de 10 deles por minuto em uma área de 36,5 quilômetros. O tempo de
reação é estimado em 20 segundos”.
Ainda, possuem “dois canhões de 30 mm de tiro rápido”, disparadores com
10 mísseis 57E6 cada e pode voar até uma altitude de 15 mil metros. De acordo
com o jornal, as primeiras unidades do sistema russo serão entregues “18 meses após
assinatura do termo definitivo”. A Rússia, por sua vez, tem interesse em
utilizar a base aeroespacial de Alcântara, no estado do Maranhão, para explorar
o lançamento dos lança-foguetes Angara, criados pelo Centro Khrunichev de
Pesquisas Espaciais, visto que a base é considerada “um dos melhores pontos do
mundo para lançamento de foguetes”. Os Estados Unidos e a França também estão
interessados em firmar acordos visando o uso da base aeroespacial. Segundo
empresário do setor de Defesa, "a Rússia chegou a abrir conversas
primárias de um acordo para o lançamento de foguetes de até 64 toneladas, mas
os americanos estão adiantados. O acordo foi encaminhado durante a visita de
Dilma Rousseff a Washington”, que ocorreu em junho de 2015. (O Estado de S.
Paulo – Política – 19/09/15)
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