quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Brasil adquirirá sistema russo de defesa antiaérea em 2016

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, o Brasil assinará um contrato para adquirir três unidades do sistema russo de defesa antiaérea Pantsir-S1, em 2016, para uso das Forças Armadas. A informação foi confirmada pelo embaixador do Brasil na Rússia, José Antonio Vallim Guerreiro, pelo Serviço Federal para Cooperação Técnica-Militar da Rússia, pela agência de publicidade russa Ria Novosti e por diversos empresários brasileiros da área de Defesa. Segundo o jornal, o acordo foi discutido pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em julho de 2015. Os detalhes do acordo foram divulgados devido à visita do vice-presidente da República, Michel Temer, à Moscou, ocorrida na semana anterior, em que Temer participou da 9.ª Reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia. De acordo com o jornal, Guerreiro afirmou que o contrato será de US$ 500 milhões. Segundo um empresário brasileiro, presente em Moscou, o valor final do contrato pode chegar a US$ 700 milhões dependendo dos requisitos tecnológicos exigidos pelo Ministério da Defesa. O jornal informou que haverá uma carência de 8 anos prevista no contrato, “o que reduziria o impacto orçamentário de curto prazo, sem comprometer o momento de ajuste fiscal no Brasil”. Inicialmente, a expectativa era de que o acordo fosse concluído a tempo de os equipamentos serem utilizados para reforçar a segurança durante a Copa do Mundo de 2014, visto que o Brasil demonstrava interesse pelo sistema desde 2013. A previsão atual é de que o equipamento seja incorporado à segurança de médio alcance durante as Olímpiadas de 2016 na cidade do Rio de Janeiro, cobrindo uma área de 15 a 20 quilômetros. O Pantsir é composto por lançadores de mísseis e canhões de controle eletrônico, além de “carro de comando-controle, radar secundário, remuniciadores e unidade meteorológica”. O periódico afirmou que “o radar de detecção localiza os alvos na cadência de 10 deles por minuto em uma área de 36,5 quilômetros. O tempo de reação é estimado em 20 segundos”.  Ainda, possuem “dois canhões de 30 mm de tiro rápido”, disparadores com 10 mísseis 57E6 cada e pode voar até uma altitude de 15 mil metros. De acordo com o jornal, as primeiras unidades do sistema russo serão entregues “18 meses após assinatura do termo definitivo”. A Rússia, por sua vez, tem interesse em utilizar a base aeroespacial de Alcântara, no estado do Maranhão, para explorar o lançamento dos lança-foguetes Angara, criados pelo Centro Khrunichev de Pesquisas Espaciais, visto que a base é considerada “um dos melhores pontos do mundo para lançamento de foguetes”. Os Estados Unidos e a França também estão interessados em firmar acordos visando o uso da base aeroespacial. Segundo empresário do setor de Defesa, "a Rússia chegou a abrir conversas primárias de um acordo para o lançamento de foguetes de até 64 toneladas, mas os americanos estão adiantados. O acordo foi encaminhado durante a visita de Dilma Rousseff a Washington”, que ocorreu em junho de 2015. (O Estado de S. Paulo – Política – 19/09/15)

Nenhum comentário:

Postar um comentário