Segundo os jornais
Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o almirante da
reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear,
foi indiciado, juntamente com oito outras pessoas, pela Polícia Federal. O
militar foi acusado de “corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de
organização criminosa” por, supostamente, receber propina pela obra de
construção da usina nuclear Angra 3. Ana Cristina Toniolo, filha do almirante e
administradora da Aratec Engenharia, também foi indiciada por utilizar a
empresa da família para receber propina. Outro indiciado foi Flávio David
Barra, executivo da Andrade Gutierrez Energia. De acordo com a Polícia Federal,
a Aratec possui, no mínimo, R$ 4,5 milhões transferidos de empreiteiras e
consultorias sem que houvesse serviços prestados. Toniolo afirmou que esses
pagamentos eram referentes a traduções e Silva negou o recebimento de propina.
De acordo com os periódicos Folha e O Estado de S. Paulo, a Procuradoria da
República denunciou formalmente, no dia 01/09/15, o almirante da reserva pelos
crimes pelos quais foi indiciado, enquanto presidente da Eletronuclear. Segundo
os jornais, Silva recebeu a propina por meio das empreiteiras Andrade Gutierrez
e Engevix. De acordo com os periódicos, a força-tarefa da Operação Lava Jato
afirmou que essas repassavam o dinheiro para a Aratec, em troca de concessões
na construção de Angra 3. Segundo O Estado, a acusação exigiu, ainda, o
confisco do valor repassado ao almirante da reserva. De acordo com os
periódicos, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações decorrentes da
Operação Lava Jato, aceitou, no dia 03/09/15, a denúncia do Ministério Público
Federal contra Silva e Toniolo, além de outras pessoas envolvidas nos esquemas
de propinas. O Estado afirmou que o militar está preso desde o dia 28/07/15 e
que o processo “é o primeiro fora da Petrobrás após delação de executivos na
Lava Jato”, mas que existe uma conexão “obvia”, de acordo com o jornal, entre
ambos, “já que o mesmo cartel de empreiteiras que teria atuado na Petrobrás
estaria atuando na Eletronuclear praticando crimes similares”. O jornal lembrou
que o almirante negou ter-se beneficiado do esquema e afirmou que os pagamentos
recebidos pela Aratec referiam-se a serviços prestados pela empresa. O Correio
afirmou que até o momento a Polícia Federal comprovou que pelo menos metade do
valor de R$ 4,5 milhões recebidos por Silva seriam referentes à propina e que a
Procuradoria da República atestou que “a Andrade Gutierrez obteve um contrato
em Angra 3 e conseguiu um aditivo de R$ 1,4 bilhão em 2009 graças ao pagamento
de suborno”. (Correio Braziliense - Política - 04/09/15; Folha de S. Paulo -
Poder - 29/08/15; Folha de S. Paulo - Poder - 02/09/15; Folha de S. Paulo -
Poder - 04/09/15; O Estado de S. Paulo - Política - 02/09/15; O Estado de S.
Paulo - Política - 04/09/15)
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