De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, um relatório apresentado no mês de
outubro ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou
a presença de equipamentos não letais de produção brasileira na Costa do
Marfim, país que sofre embargo de armas desde 2004. Um decreto assinado pela presidenta
da República, Dilma Rousseff, renovando o compromisso com o embargo
internacional à Costa do Marfim, foi publicado cinco dias após a publicação do
relatório da ONU, o qual continha documentos oficiais da Condor, empresa
brasileira fabricante de armas, além de fotos do arsenal descoberto. O Brasil
alegou que o pacote, que totalizava cerca de R$ 2,7 milhões, contendo 700
lançadores de granadas não letais e milhares de projéteis foi vendido à Burkina
Faso. O contrato de venda entre a Condor e o governo burquinense, proibindo a
reexportação da mercadoria, foi enviado à ONU pelo Ministério das Relações
Exteriores (MRE), que informou não ter participado diretamente da decisão de
exportar o material. Segundo o jornal, as explicações sobre quem responderá pelo
caso não estão claras, pois a Condor alegou que jamais foi notificada sobre o
caso, enquanto o Ministério da Defesa afirmou que a empresa foi consultada e
confirmou ter exportado o armamento a Burkina Faso. A pasta da Defesa ressaltou
ainda que supervisiona a exportação de qualquer tipo de armamento, tendo
responsabilidade compartilhada com o MRE. Segundo Daniel Mack, membro da
Organização não-Governamental Sou da Paz, o governo brasileiro deve ser
responsabilizado, pois “a existência de uma rota de tráfico entre Burkina Faso
e a Costa do Marfim é notória" e o país não pode ignorar os riscos deste
tipo de operação. (O Estado de S. Paulo – Internacional – 02/12/13)
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