Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a família do jornalista Vladimir Herzog, que
morreu sob tortura em 1975 após comparecer ao Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-Codi) do estado de São Paulo, criticou o Brasil após
este afirmar à Organização dos Estados Americanos (OEA), em sua defesa, que é
impossível abrir ação criminal para apurar a morte do jornalista, uma vez que a
Lei de Anistia (1979) impede um novo processo. Além disso, o Brasil alegou
perante a OEA que o Estado já reconheceu por duas vezes sua responsabilidade
pelo fato e que mantem um diálogo com o Instituto Vladimir Herzog, para o qual
foi concedido o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, em 2011. O filho do
jornalista e diretor do instituto, Ivo Herzog, classificou a argumentação brasileira
como inaceitável, inclusive as afirmações a respeito do instituto, e pediu uma
retratação por parte do Estado. De acordo com a Folha, Ivo disse que a análise do caso pela Comissão da Verdade não
é suficiente. A diretora do Centro pela Justiça e o Direito Internacional
(Cejil), Beatriz Affonso, afirmou que o argumento do Estado brasileiro "não é coerente com o que se faz
internamente sobre a dívida histórica". O Brasil foi denunciado, em março, à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da OEA pelo Instituto Vladimir Herzog e por
organizações não governamentais de direitos humanos, para que investigasse o
assassinato do jornalista e reconhecesse em novo atestado de óbito que Herzog
não se suicidou. (Correio Braziliense – Política - 22/06/12; Folha de S. Paulo
– Poder – 22/06/12; O Estado de S. Paulo – Nacional – 22/06/12)
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