Em entrevista para o periódico O Estado de S.
Paulo, Lennart Sindahl, presidente da divisão de Aeronáutica da empresa sueca
Saab, explicou como será o produção dos caças Gripen, que venceu a concorrência
do programa FX-2 de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira (FAB), bem como o
processo de transferência de tecnologia para o Brasil. Segundo Sindahl, no que
se refere à transferência de tecnologia, uma das possibilidades seria manter a
linha de produção de partes e montagem das aeronaves no Brasil, em uma
instalação disposta na cidade de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo.
A empresa local Akaer seria, entre outras, um dos parceiros da Saab, pois já
faz o desenho de parte da aeronave. De acordo com Sindahl, a expectativa é de
que a indústria brasileira seja parte de uma cadeia mundial de produção da
Saab, através de uma linha de produção de aeronaves no Brasil, de onde as
aeronaves sairiam prontas para voo, com algumas peças feitas no próprio país e
outras vindas da Suécia. Além disso, o Brasil exportaria peças que comporiam os
caças na Suécia e na Suíça, aliando a linha de produção da Suécia com a do
Brasil. No entanto, Sindahl admitiu que a Saab pode estar ajudando o Brasil a
se tornar um futuro concorrente da empresa, mas ressaltou que isso aconteceria
com ou sem a participação da Saab. Sindahl afirmou que: “temos [a empresa Saab]
que ver isso como oportunidade. No futuro, podemos cooperar e concorrer ao
mesmo tempo”. De acordo com o presidente de Aeronáutica da Saab, o pagamento
das aeronaves seria feito primeiramente pelo financiamento por uma instituição
sueca de apoio a exportadores e, posteriormente, o Brasil efetuaria o pagamento
à Saab quando recebesse as primeiras unidades do Gripen. O Estado noticiou, no
dia 31/01/14, que a Saab confirmou, oficialmente, um investimento de US$ 150
milhões na instalação de uma fábrica em São Bernardo do Campo, destinada à
produção dos 36 caças Gripen comprados pelo Brasil. O prefeito da cidade, Luiz
Marinho, espera que essa comece a funcionar ainda no ano de 2014. Segundo
Marinho, "a proximidade de São Bernardo do Campo com o Rodoanel, Anchieta
e Imigrantes pesaram na escolha.” O prefeito participou, em 2010, do processo
de decisão que culminou na compra dos caças Gripen. (O Estado de S. Paulo -
Política - 11/01/14; O Estado de S. Paulo - Política - 30/01/14; O Estado de S.
Paulo - Política - 31/01/14)
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