De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, em audiência no
Senado Federal no dia 20/11/13, o governo brasileiro confirmou que a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou diplomatas estrangeiros, inclusive
de países como Rússia e Irã, dos quais o Brasil tenta se aproximar. Segundo
Wilson Trezza, diretor da Abin, sempre que há indícios de ameaça ou alguma ação
suspeita existe monitoramento, considerado missão de contrainteligência. Foram
confirmadas também operações para análise de suposta sabotagem na explosão da
base de lançamento espacial de Alcântara, no estado do Maranhão, em 2003, onde
morreram 21 pessoas do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial. De acordo com
os jornais, a Abin suspeitava que o governo francês possuía informações sobre a
suposta sabotagem, por isso a investigação focou em diplomatas franceses no
Brasil. No entanto, os resultados foram inconclusivos. Além disso, segundo O
Estado, Trezza confirmou que um funcionário da agência foi exonerado por
realizar ações de contrainteligência. O agente 008997 foi monitorado em um
encontro com outro agente, do serviço de inteligência dos Estados Unidos da
América, praticando ações de contraespionagem, fato esse que justificou sua
demissão. (Folha de S. Paulo – Poder – 21/11/13; O Estado de S. Paulo –
Internacional – 21/11/13)
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Brasil treina tropas estrangeiras para atuarem em missões da Organização das Nações Unidas
Segundo
o jornal Folha de S. Paulo, o Brasil mostra-se cada vez mais atuante nas
missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Em decorrência disso, o
Exército brasileiro vem realizando treinamentos constantes de tropas
estrangeiras para essas missões. Os cursos são realizados pelo Conjunto de
Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), localizado no Rio de Janeiro e ligado ao
Ministério da Defesa. Até o momento, 403 militares estrangeiros já passaram
pelos treinamentos, que tiveram início há cinco anos, sendo que a procura
continua aumentando. Parte significativa do treinamento é destinada à tropas
que atuarão na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah),
mesmo com a redução do contingente militar da missão. O coronel Luís Fernando
Baganha, comandante do CCOPAB, afirmou que, para a Minustah, os treinamentos
são realizados em pelotões de no máximo 30 militares. Baganha mencionou também
que, no curso, que dura até dois meses e meio, são ensinados os “fundamentos de
uma missão de paz: princípios, regras, como se reportar e para quem na ONU,
procedimentos, os riscos da região, como sobreviver em condições mais
restritas, cuidados, primeiros socorros e direção em terreno difícil". Os
cursos de preparação para estrangeiros ocorrem sempre que um novo contingente é
enviado ao Haiti. (Folha de S. Paulo – Mundo – 21/11/13)
Exército recebeu novo blindado para testar no Haiti
De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o Guarani, novo blindado do Exército
brasileiro, será usado pelas forças de paz brasileiras na Missão das Nações
Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). O veículo faz parte do Projeto
Guarani e compõe o plano de Estratégia Nacional de Defesa, iniciado em 2008,
sendo desenvolvido no estado de Minas Gerais pela empresa Iveco, subsidiária do
grupo Fiat. A Defesa brasileira adquiriu até o momento 102 unidades, previstas
para serem recebidas até junho de 2014, sendo que seus preços variam entre R$
2,77 milhões e R$ 2,97 milhões, de acordo com o modelo. O Guarani foi
desenvolvido com tecnologia nacional e será utilizado na segurança das
fronteiras e de grandes eventos no Brasil. As unidades distribuídas
recentemente embarcarão para o Haiti para serem testadas pelas tropas
brasileiras que atuam no país. O Guarani tem funções de “reconhecimento,
socorro, defesa antiaérea e transporte de tropas, entre outras”, além da
capacidade de locomoção tanto em terra quanto em água, e proteção blindada. O
veículo substituirá o Urutu e o Cascavel, utilizados pelo Exército há 40 anos.
Segundo o jornal, a desvantagem do blindado são os pneus, que não são à prova
de bala, a velocidade limitada a 90 quilômetros por hora e a capacidade para
até 11 pessoas. (Folha de S. Paulo – Mundo – 21/11/13)
Congresso Nacional aprovou proposta de anulação da sessão que destituiu o ex-presidente da República João Goulart
Conforme
publicado nos jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S.
Paulo, na madrugada dia 21/11/13, o Congresso Nacional aprovou a proposta, de
autoria do senador Pedro Simon, que previa a anulação da sessão do dia
01/04/1964, quando Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso à época,
declarou vago o cargo de presidente da República, destituindo João Goulart. Na
época, Ranieri Mazzilli, deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados,
tomou posse como presidente da República, o que na prática resultou na
instalação do regime militar (1964-1985) no Brasil. Segundo O Estado, o projeto
de resolução colocado em pauta pelo presidente do Senado Federal, Renan
Calheiros, levou o tema a debate e o projeto foi protocolado no dia 13/11/13.
Na proposta, consta que a sessão “foi uma violência à Constituição [Federal]”,
pois Goulart estava dentro do território nacional e em local conhecido – estava
na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. De acordo com o
periódico, líderes dos partidos políticos fizeram um requerimento pedindo
urgência na votação da proposta. Segundo Ivan Valente, presidente do Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL), o que ocorreu na época "foi um golpe de
Estado e isso precisa ser registrado". Os parlamentares que defenderam o
projeto de lei argumentaram que a intenção é retirar qualquer “ar de
legalidade” em relação à tomada de poder pelos militares em 1964. De acordo com
Calheiros, que manifestou apoio à proposta, a iniciativa pode ser comparada à
recente decisão de anular a cassação do mandato do então senador e líder
comunista Luís Carlos Prestes. Conforme publicação do Estado no dia 02/04/1964,
a sessão que declarou o cargo de presidente da República vago e destitui
Goulart por abandono da cidade de Brasília, capital federal, durou 16 minutos e
transcorreu em clima de intensa agitação. A mesma edição, o Estado noticiou, no
entanto, a informação que contrapunha o fato do abandono, afirmando que Goulart
fora a Brasília após notar que o Rio de Janeiro, tomado pelos militares, “não
mais oferecia segurança”. Da capital federal, Goulart seguiu para o Rio Grande
do Sul, para organizar a resistência ao golpe, juntamente com Leonel Brizola,
governador do estado, e o 3º Exército; porém, impossibilitado de reagir ao
golpe decidiu não mais resistir para não sacrificar a população civil. Goulart
se exilou no Uruguai e lá permaneceu até sua morte, no ano de 1976. De acordo
com o Correio, o deputado federal e militar da reserva Jair Bolsonaro foi o
único a se declarar contrário ao cancelamento da destituição, alegando que “as
mulheres nas ruas exigiam a saída de Goulart. Toda a imprensa também pedia,
assim como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Igreja Católica, empresários
e produtores rurais. Querem apagar um fato histórico. Isso é infantil”. A
decisão será promulgada em uma solenidade a ser marcada. (Correio Braziliense –
Política – 21/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 21/11/13; O Estado de S. Paulo
– Política – 20/11/13; O Estado de S. Paulo – Política – 21/11/13)
Historiador analisa a ação dos Estados Unidos no Brasil em relação à tomada de poder pelos militares em 1964
Em
coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, historiador Boris Fausto
afirmou que os Estados Unidos da América (EUA) apoiariam a tomada de poder
pelos militares no Brasil em 1964 mesmo que o presidente estadunidense John F.
Kennedy não tivesse sido assassinado. De acordo com Fausto, os EUA tinham o
objetivo de impedir que o caso da Revolução Cubana (1959) se repetisse em outro
país e o Brasil era visto com preocupação diante do crescimento dos movimentos
sociais, do aumento da inflação e da dificuldade do então presidente da
República João Goulart em governar. Com isso, segundo o historiador, no ano de
1963 os EUA estavam empenhados em apoiar grupos de oposição do Brasil,
inclusive os que defendiam o golpe militar como solução política. De acordo com
Fausto, Kennedy afirmara ao embaixador Lincoln Gordon: "Do jeito que o Brasil
vai, daqui a três meses o Exército pode vir a ser a única coisa que nos
resta". O historiador considerou improvável que Kennedy, se tivesse vivo à
época da tomada de poder pelos militares no Brasil, apoiaria os seguidores do
marechal Castello Branco em detrimento dos integrantes da chamada “linha dura”
que disputavam o poder no interior das Forças Armadas. Segundo Fausto, o Brasil
não era “o quintal dos EUA” e a vitória da “linha dura” atribuía-se “aos rumos
da política interna e ao desfecho entres as facções militares”. (Folha de S.
Paulo – Mundo – 20/11/13)
Projetos militares são prioridade nos investimentos do governo brasileiro
De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, os projetos militares
Prosub, de desenvolvimento de submarinos convencionais e um de propulsão
nuclear, e KC-390, uma aeronave de transporte e reabastecimento em voo que está
sendo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), receberam
os maiores investimentos do governo brasileiro em 2013. Segundo a Folha, o
Tesouro Nacional destinou, até o mês de outubro de 2013, R$ 2,5 bilhões a esses
projetos, superando investimentos em outros segmentos, como o de
infraestrutura. De acordo com o jornal, os programas Prosub e KC-390 foram
incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano pelo governo,
o que torna os investimentos prioritários e livres de corte de despesas.
Segundo o Ministério da Defesa, os dois projetos estão, por coincidência, em
suas etapas mais dispendiosas e do mês de janeiro a setembro de 2013, os
investimentos na Defesa foram de R$ 6,5 bilhões, uma expansão de 32%. Segundo a
Folha, apesar da prioridade dada aos projetos militares, as Forças Armadas
alegam falta de verbas para manter as atividades operacionais cotidianas. No
início do mês de novembro, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica
estiveram no Congresso Nacional para pedir R$ 7,5 bilhões adicionais no
Orçamento da União alegando, por exemplo, que 346 das 624 aeronaves da Força
Aérea Brasileira (FAB) não estão operando por falta de manutenção e
combustível. De acordo com a Folha, os gastos com pagamento de pessoal
representam cerca de 70% do orçamento do Ministério da Defesa, que será de R$
72,9 bilhões em 2014. Segundo o jornal, os projetos Prosub e KC-390 são bem diferentes
em sua concepção. O Prosub pretende suprir a prioridade da Marinha de possuir
uma força submarina relevante. A descoberta de petróleo na camada do pré-sal
impulsionou o projeto e o acordo militar com a França, um dos maiores negócios
do gênero. Em tal acordo, compete aos franceses a transferência de tecnologia
dos submarinos e um pacote completo, que inclui estaleiro, base e quatro
submarinos convencionais da classe Scorpène. De acordo com a Folha, as críticas
em relação ao submarino nuclear são de que este é inadequado para a defesa
costeira, de águas mais rasas e o seu custo de construção equivale a quatro
submarinos convencionais, além dos grandes ruídos produzidos pelo reator e seus
mecanismos, sendo o silêncio primordial nesse ramo. A Marinha defende que o
submarino nuclear daria retaguarda e dissuasão nas águas profundas. Por sua
vez, o projeto da aeronave KC-390 consiste, segundo a Folha, em uma “aposta de
risco moderado da FAB”, que pretende substituir a frota de aeronaves C-130
Hércules. Com uma rede de fornecedores multinacional, o KC-390 é a maior
aeronave já projetada no Brasil. De acordo com o periódico, o KC-390 seria mais
barato que o Hércules – US$ 50 milhões contra US$ 65 a 80 milhões do Hércules -
e pretende suprir cerca de 20% dos 700 Hércules que serão desativados nos
próximos 25 anos no mundo. Segundo o jornal, o projeto KC-390 recebeu R$ 3
bilhões em investimentos do governo e o retorno financeiro viria
da exportação da aeronave. A Embraer prevê um retorno total do investimento em 20
anos, através de royalties das vendas. Segundo Luiz Carlos Aguiar, presidente
da Embraer Defesa & Segurança, "o KC-390 será a principal força motriz
de crescimento da área de defesa da Embraer nos próximos anos e uma plataforma
de exportação de alto valor agregado para o Brasil". (Folha de S. Paulo –
Poder – 20/11/13)
Pesquisador analisa morte de Anísio Teixeira
Em
coluna opinativa publicada no jornal Correio Braziliense, João Augusto de Lima
Rocha, pesquisador e professor da Universidade Federal da Bahia, defendeu que a
morte do principal mentor da Universidade de Brasília (UnB), o professor Anísio
Teixeira, ocorrida em março de 1971, durante o regime militar (1964-1985), é um
assunto que interessa a todos e necessita ser esclarecido. De acordo com a
versão oficial, o professor sofrera um acidente ao cair no fosso do elevador do
prédio em que morava o acadêmico Aurélio Buarque de Holanda, na cidade do Rio
de Janeiro. No entanto, a Comissão Nacional da Verdade investiga a
possibilidade dessa versão ser falsa e de Teixeira ter sido mais uma vítima do
regime. Segundo Rocha, ainda que Teixeira não fosse um militante de esquerda
propriamente dito, há indícios de que sua morte não tenha sido acidental. De
acordo com o autor, havia um grupo mais radical entre os militares que
planejava eliminar aqueles que tivessem o potencial de “criar dificuldades para
o processo antidemocrático ora instalado em nosso país.” (Correio Braziliense –
Opinião – 19/11/13)
Quilombolas e Marinha disputam área no estado da Bahia
De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, cerca de 500 moradores da
Comunidade Quilombola Rio dos Macacos, localizada no município de Simões Filho,
estado da Bahia, disputam com a Marinha a posse de uma área de 301 hectares. A
disputa se iniciou quando a Marinha decidiu ampliar sua base, inaugurada na
década de 1950, forçando a retirada dos quilombolas de suas casas. Os militares
cercaram a área e passaram a controlar o acesso ao quilombo. Rose Meire Santos
Silva, líder da comunidade, revelou que o bloqueio militar impede a passagem de
materiais de construção e “até a chegada de alimentos doados pela Prefeitura de
Simões Filho”. Segundo Silva, apesar da
presidenta da República, Dilma Rousseff, tê-la chamado para discutir o assunto
em três reuniões, nenhum resultado foi alcançado. Segundo o jornal, a Marinha
negou que tenha ameaçado ou agredido os moradores da comunidade, porém,
informou que considera a ocupação da área ilegal. Em contrapartida, os
moradores afirmam ser descendentes de escravos de uma antiga usina de açúcar
que existiu na região há mais de 200 anos. Os quilombolas recorreram à Justiça
Federal e aguardam uma decisão. (O Estado de S. Paulo – Política – 17/11/13)
Exercício aéreo demonstrou necessidade de novos jatos tanque
Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, o maior exercício de combate da Força Aérea
Brasileira (FAB), a Cruzex 2013, expôs seriamente a limitação causada pela
falta de aeronaves tanque, conhecidas como "posto aéreo de gasolina”, pois
permitem que os caças sejam reabastecidos durante o voo, mantendo-os na ativa
por mais tempo. A FAB está sem esse tipo de aeronave desde o dia 10/10/13,
quando os últimos três KC-137, versões do Boeing-707, foram desativados na Base
do Galeão, no Rio de Janeiro. Atualmente, a FAB utiliza como reabastecedores
dois aviões Hércules KC-130 turboélice cuja velocidade de 590 quilômetros por
hora é inadequada para o abastecimento direto no ar, principalmente para os
caças F-5M que compõem a frota nacional. Durante o exercício, a tripulação
brasileira recebeu informações a bordo do modelo KC-767 Júpiter da aviação
colombiana. Em março de 2013, o Comando da Aeronáutica escolheu tal modelo para
a aquisição de duas aeronaves usadas que serão revitalizadas pela empresa
Israel Aerospace. O negócio estimado entre US$ 160 milhões e US$ 200 milhões
ainda não foi oficializado pela presidenta da República, Dilma Rousseff. O
exercício a FAB mobilizou 4000 militares e 55 aeronaves e foram treinadas
operações de combate, ataque, resgate, lançamento de tropa, escolta e
infiltração. Também participaram da Cruzex 2013 equipes dos Estados Unidos da
América, Equador, Chile, Canadá, Colômbia, Uruguai e Venezuela. (O Estado de S.
Paulo – Política – 16/11/13)
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Operação Dínamo apreende explosivos
De
acordo com o jornal Folha de S. Paulo, no dia 12/11/13 iniciou-se a Operação
Dínamo, coordenada pelo Exército e com participação das Polícias Federal e
Militares de quase todos os estados, além de órgãos como o Departamento
Nacional de Produção Mineral. Segundo o Exército, o objetivo da ação é
“intensificar as atividades de fiscalização de explosivos e produtos
correlatos”. O periódico informou que nos dois primeiros dias de operação foram
apreendidas 60 toneladas de explosivos em todo país. (Folha de S. Paulo –
Cotidiano – 15/11/13)
Comissão pedirá que morte do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek seja reconsiderada
Segundo
o periódico Correio Braziliense, a Comissão Estadual da Verdade de São Paulo
solicitará à Comissão Nacional da Verdade que a causa da morte do ex-presidente
da República Juscelino Kubitschek seja reconsiderada. Em depoimento à Comissão,
Carlos Alberto de Minas, perito aposentado que participou da exumação dos
restos mortais de Geraldo Ribeiro, motorista de Kubitschek, em 1996, afirmou
que havia um orifício no crânio dele. Segundo Minas, o orifício tinha o
diâmetro de uma caneta e corresponderia à entrada de um de projétil de arma de
fogo. Entretanto, Minas foi impossibilitado de fotografá-lo. (Correio Braziliense – 14/11/13)
Governo brasileiro se concentra no desenvolvimento da defesa cibernética
Em
artigo opinativo para o jornal O Estado de S. Paulo, Virgílio de Almeida,
Secretário de política de informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) e coordenador do comitê Gestor da Internet no Brasil, afirmou
que a presidenta da República, Dilma Rousseff, declarou em seu discurso de
abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas que redobrará os
esforços para o desenvolvimento da defesa cibernética brasileira. A crescente
dependência da rede aumentou o potencial de impacto que resultaria de uma falha
ou interrupção da internet. Diante tal risco, o desenvolvimento de tecnologia
para segurança e defesa cibernética tem sido prioridade para o governo
brasileiro. Segundo Almeida, a segurança cibernética se refere “à proteção
contra interferência ou ataques às atividades, às informações e aos serviços
nos dispositivos digitais e redes”. Existem assimetrias no ciberespaço que
dificultam sua proteção. Enquanto o custo para se defender de ataques via vírus
e robots é baixo, a proteção das redes do país exige um investimento alto.
Outra dificuldade encontrada é o constante desenvolvimento de novas formas de
ataque, que torna impossível a criação de um padrão de defesa baseado em
ataques passados. Considerando que os países que possuem mais desenvolvimento
nesta aérea não disponibilizam seus mecanismos de defesa no mercado, o único
meio de melhorar a segurança no Brasil é o investimento em ciência e
tecnologia. Almeida considera que além de se preocupar com o avanço
tecnológico, o governo precisa estar atento ao desenvolvimento de uma
regulamentação para o ciberespaço e de medidas econômicas e educativas. A
regulamentação do ciberespaço tem como pilares do seu arcabouço legal o Marco
Civil da Internet, a Lei de Proteção de Dados Pessoais e a atuação do Comitê
Gestor da Internet. Além disso, o desenvolvimento e capacitação tecnológica
para defesa passam, necessariamente, pelo apoio a pesquisas do MCTI. O
Secretário explicou que em 2012 o MCTI lançou o Programa TI Maior - programa
estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação – direcionado,
principalmente, para defesa cibernética. No primeiro semestre desse ano, a
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) elaborou um edital de R$ 60 milhões
destinados a empresas de software nas áreas do Programa TI Maior, sendo a área
de defesa com o maior número de interessados. Na avaliação de Almeida, as
tecnologias desenvolvidas para segurança cibernética podem ser usadas tanto
para fins militares e governamentais, como para fins civis. Essa dualidade gera
um interesse estratégico, pois os ciberataques não se restringem às
instituições do governo. Um investimento de cerca de R$ 140 milhões deverá
apoiar o desenvolvimento da autonomia brasileira no setor. (O Estado de S.
Paulo – Espaço Aberto – 13/11/13)
Cabos da reserva da Marinha discutem possibilidade de promoção
De
acordo com o Correio Braziliense, os cabos da reserva da Marinha discutiram com
os representantes da Força militar, em uma audiência pública na Comissão de
Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados Federais,
a possibilidade de equiparação do cargo de cabo aos quadros femininos e de
Taifeiros. Não existe diferença de hierarquia entre as patentes, porém, os
cabos querem a oportunidade de evoluir ao posto de suboficial. O brigadeiro do
ar Aldo Miyaguti, representante da Marinha, alegou que a possibilidade de
promoção se estende a todos os cargos, independente de uma lei que garanta o
avanço automático; no entanto, as regras se modificam de cargo para cargo e não
de acordo com a hierarquia. Atualmente, existem jurisprudências que permitem o
direito de elevação de patente aos reservas. Segundo Miyaguti, a Marinha não se
opõem, do ponto de vista financeiro, à promoção dos oficiais, uma vez que a
União é responsável por essa despesa. (Correio Braziliense – 13/11/13)
Militares perseguidos pelo regime foram ouvidos pela Comissão Nacional da Verdade
De
acordo com o periódico Correio Braziliense, a Comissão Nacional da Verdade, em
conjunto com a Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, promoveram no dia
11/11/13 a terceira audiência pública a fim de registrar depoimentos de militares
e seus familiares que foram perseguidos pelo aparelho repressivo do regime
militar (1964-1985). Segundo Paulo Ribeiro da Cunha, cientista político e
professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), os militares foram o grupo
mais perseguido pelo regime, aproximadamente 30 mil. Durante o encontro foram
ouvidos cinco depoimentos, dentre esses o coronel Vicente Sylvestre, ex-membro
de uma célula do Partido Comunista Brasileiro (PCB) dentro da Polícia Militar
de São Paulo. (Correio Braziliense – 12/11/13)
Presidente Uruguaio discute a retirada de tropas militares do Haiti
De
acordo com o jornal Folha de S. Paulo, José Mujica, presidente do Uruguai, se
reuniu no dia 10/11/13 com a presidenta da República, Dilma Roussef, para
discutir, dentre outros assuntos, a retirada de tropas militares uruguaias da
Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), que é
chefiada militarmente pelo Brasil. Antes do encontro, o chefe da Casa Civil
uruguaia, Diego Canepa, declarou que “(...) existe uma preocupação do governo
uruguaio em relação à evolução da situação política naquele país e à
continuidade dos efetivos militares uruguaios". (Folha de S. Paulo – Mundo
– 11/11/13)
Restos mortais do ex-presidente João Goulart foram exumados no dia 13/11/13
De acordo com os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O
Estado de S. Paulo, no dia 13/11/13 na cidade de São Borja, no estado do Rio
Grande do Sul, os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart
foram exumados e serão periciados para esclarecer a causa real de sua morte.
Embora oficialmente o ex-presidente tenha morrido em função de um ataque
cardíaco, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), a pedido dos familiares de
Goulart, investigam a possibilidade de ter havido um envenenamento promovido
pelas autoridades do regime militar (1964-1985). Segundo os jornais,
compareceram à cidade de São Borja uma equipe técnica com peritos da Polícia
Federal, especialistas estrangeiros e representantes da CNV, bem como os
ministros da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República. Os restos mortais do ex-presidente foram levados para Brasília,
capital Federal, em um avião da Força Aérea Brasileira, onde passarão por
exames antropológicos e de DNA. O especialista consultado pelo do Correio,
Malthus Fonseca Galvão, ex-diretor do Instituto Médico-Legal (IML) do Distrito
Federal, médico legista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de
Brasília (UNB), avaliou que é muito difícil para os peritos provarem qualquer
tipo de envenenamento por sabotagem nos medicamentos que o ex-presidente tomava
por conta de doenças cardíacas. Contudo, o fato do caixão estar intacto
possibilitou aos peritos a retirada dos gases contidos nele antes da abertura,
o que pode facilitar na busca por substâncias tóxicas. Em coluna opinativa do
Correio, a jornalista Tereza Cruvinel afirmou que as circunstâncias da morte de
Goulart provocaram também a sua “morte política”, o seu esquecimento. Segundo
Cruvinel, ao contrário do que aconteceu com o ex-presidente, os demais
oponentes do regime foram reabilitados, podendo inclusive voltar para a
política, o que não foi possível para Goulart que morreu no exílio. A
jornalista destacou ainda a importância e carga simbólica da determinação da
presidenta da República Dilma Rousseff para que os restos mortais fossem
recebidos com honras de chefe de Estado, em cerimônia que ocorreu na Base Aérea
de Brasília. Segundo O Estado, os restos mortais foram recepcionados com “salva
de 21 tiros de canhão, na presença da presidente Rousseff e de três
ex-presidentes da República - José Sarney, Fernando Collor de Mello e Luiz
Inácio Lula da Silva”. O Estado destacou o gesto dos comandantes militares que
bateram continência a Goulart. Ademais, de acordo com o periódico, a viúva do
ex-presidente afirmou que a ação "é um resgate da memória do meu
marido". Segundo A Folha, durante a cerimônia, a família do ex-presidente
deposto declarou que “a dívida do Estado brasileiro está paga, mas a exumação
de seu corpo ainda não é suficiente para finalizar o processo de investigação
sobre sua morte”. Além disso, no dia 13/11/13, os senadores Pedro Simon e
Randolfe Rodrigues apresentaram um projeto de anulação do ato
que destituiu Goulart do cargo de presidente da República, viabilizando a
tomada do poder pelos militares. A Folha relembrou que mesmo vivendo no exílio,
o ex-presidente foi constantemente alvo de ameaças e que o Serviço Nacional de
Inteligência (SNI) continuou espionando-o. Em 2006, um agente da repressão no
Uruguai afirmou ter participado de um esquema a mando do governo brasileiro que
visava assassinar Goulart misturando veneno a seus remédios. (Correio
Braziliense – 12/11/13; Correio Braziliense – 13/11/13; Correio Braziliense –
14/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 12/11/13; Folha de S. Paulo – Poder –
13/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 14/11/13; Folha de S. Paulo – Poder –
15/11/13; O Estado de S. Paulo – Política – 13/11/13; O Estado de S. Paulo –
15/11/13)
Colunista relembrou a história de João Goulart, ex-presidente da República deposto por militares
Em coluna opinativa para o jornal Correio Braziliense, o jornalista Luiz
Carlos Azedo relembrou a história do ex-presidente da República João Belchior
Marques Goulart (Jango), cujos restos mortais foram exumados por decisão da
Comissão Nacional da Verdade. Azedo ressaltou a suspeita de que o ex-presidente
tenha sido envenenado durante a Operação Condor, aliança político-militar entre
os regimes militares do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai. Em 1961,
na condição de vice-presidente da República, Goulart assumiu o governo após a
renúncia do então presidente Jânio Quadros, tendo forte apoio popular. Como
condição ao cargo, Goulart aceitou o parlamentarismo; no entanto, no ano
seguinte, convocou um plebiscito no qual o povo optou pela volta do
presidencialismo. Em 1964, foi deposto pelos militares, acusado de comandar uma
“república sindicalista” e tendo em vista o fracasso do Plano Trienal que levou
ao descontrole da inflação. Segundo Azedo, falhas políticas como a tolerância
com a revolta dos marinheiros e tentativa de mudança da Constituição foram
apontadas como possíveis causas para sua deposição. Em 14/11/13, os restos
mortais de Goulart foram recebidos com honras militares no Palácio do Planalto
e representaram um marco na restauração da verdade a respeito das vítimas do
regime militar (1964-1985). No dia seguinte, em reportagem para a Folha de S.
Paulo, Carlos Fico, professor de história do Brasil da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que “exumar também significa retirar do
esquecimento”. Segundo o professor, apesar de ter sido uma figura popular,
Goulart foi rapidamente esquecido após sua deposição, pois “a censura do regime
militar não permitia que seu nome fosse mencionado”. De acordo com Fico, nas
últimas décadas a trajetória de Goulart voltou a ser estudada e as avaliações
“apaixonadas, como as que foram feitas contra Goulart logo após o golpe de
1964” estão se alterando. (Correio Braziliense – 11/11/13; Folha de S. Paulo –
Poder – 15/10/13)
Comissões da Verdade recebem críticas por baixo desempenho
De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, a criação da Comissão Nacional da
Verdade (CNV) estimulou o surgimento de diversas comissões, privadas, estatais
e municipais, que objetivam analisar os acontecimentos ocorridos no regime
militar (1964-1985). Atualmente, estima-se que existam mais de cem comissões no
Brasil; porém, o jornal ressaltou que apesar do entusiasmo na criação das
comissões, os trabalhos realizados por elas acrescentaram poucas informações
relevantes sobre os crimes cometidos pelo regime. Rosalina Santa Cruz, ex-presa
política e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), avaliou que a falta de foco e a baixa articulação entres as comissões
constituem as principais barreiras para o avanço das investigações. Apenas
recentemente o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação estabeleceu uma
rede virtual para troca de informações entre as comissões. Rosalina apontou o
exemplo da PUC-SP, que decidiu focar suas investigações em cinco casos de
alunos que morreram durante o regime, estabelecendo convênio com as Comissões Nacional
e do Estado para trocar informações. A PUC-SP pretende também enviar um pedido
à Justiça para que os responsáveis pelas mortes sejam punidos penalmente. Para
Gilberto Natalini, vereador da cidade de São Paulo e presidente da Comissão
Municipal de São Paulo, e Jair Krischke, membro do Movimento de Justiça e
Direitos Humanos de Porto Alegre, o fato das comissões locais não possuírem
poder para convocar as testemunhas para depor dificulta as investigações.
Krischke avaliou que as comissões correm o risco de focalizar apenas os casos
que possuem maior repercussão pública em busca de visibilidade política, como a
exumação dos restos mortais do ex-presidente da República João Goulart. Em
entrevista ao Estado, Maria do Rosário, ministra da Secretaria de Direitos
Humanos, afirmou que o surgimento de diversas comissões mostra uma nova geração
preocupada com a defesa da democracia. Rosário rebateu a crítica de que a
exumação dos restos mortais de Goulart possui motivos eleitorais, alegando que
o “Estado brasileiro está cumprindo sua responsabilidade”. Segundo Rosário, a
exumação foi pedida pela família do ex-presidente e só foi autorizada depois
que uma investigação constatou que Goulart realmente havia sido perseguido
durante seu exilio. A ministra argumentou ainda que a comissão atenderá aos
pedidos de exumação de todas as famílias. Por sua vez, Adriano Diogo, deputado
estadual e presidente da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, relacionou
a baixa produtividade das comissões com a “falta de vontade política” do
governo para abrir os arquivos das Forças Armadas. Em contrapartida, Carlos
Frederico Guazelli, coordenador da Comissão Estadual da Verdade do Rio Grande
do Sul, não concordou com as críticas e alegou que o trabalho das comissões
subsidiará, futuramente, a abertura de um processo penal. Quanto ao gasto para
manter essas comissões, o Estado informa que apenas a CNV revelou seu
orçamento, que em 2013 foi de R$ 10 milhões. Natalini afirmou que diante das
tarefas executadas pelas comissões os gastos são ínfimos, e que deve ser levado
em consideração o fato de que a maior parte dos arquivos estava destruída
quando as investigações começaram. (O Estado de S. Paulo - Política - 10/11/13)
Sofía Macher defende a punição dos crimes cometidos pelo Estado contra o cidadão
Em
entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Sofía Macher, socióloga e ex-integrante
da Comissão da Verdade do Peru, analisou a Comissão Nacional da Verdade
brasileira e a necessidade de punir os crimes cometidos durante o regime
militar (1964-1985). Segundo a avaliação de Macher, a Comissão enfrenta o
desafio de trazer à sociedade uma proposta de reflexão sobre trechos da
história do país que devem ser reescritos, indo além da produção de um
relatório final “que ninguém vai ler” e abrindo caminho para a punição dos
crimes cometidos. Apesar do processo para revisão da Lei da Anistia (1979)
estar além do poder delegado à Comissão, o órgão pode representar uma ruptura
com a impunidade. Para Macher, a Anistia não deve valer para crimes de lesa-humanidade,
mesmo que sirva para pacificar o país. Macher declarou considerar “assombroso”
que o Brasil não esteja cumprindo a sentença da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, que o ordenou a revisar a Lei da Anistia, uma vez que o país
é um dos signatários da Convenção Americana de Direitos Humanos. Para a
socióloga, o fato de um país poderoso como o Brasil ignorar uma sentença da
Corte debilita o sistema interamericano de direitos humanos. Por fim, Macher
reforçou a necessidade de punir os crimes cometidos pelo Estado contra o
cidadão, pois a falta de punição “deixa uma mensagem muito ruim”. (Folha de S.
Paulo – Poder - 10/11/13)
Presidente francês visitará o Brasil e poderá tratar do projeto FX-2
Em
coluna opinativa para o jornal Correio Braziliense, Silvio Queiroz avaliou que
um possível tema na agenda da visita oficial do presidente francês François
Hollande ao Brasil, no mês de dezembro, é venda de caças franceses para a Força
Aérea Brasileira (FAB), visando concluir o processo de licitação do projeto
FX-2. Entretanto, Queiroz ressaltou que a decisão final do projeto pode ser
prorrogada para 2015. (Correio Braziliense – 09/11/13)
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Forças Armadas se queixam sobre a falta de verba para Defesa
Segundo
o periódico Folha de S. Paulo, no dia 07/11/13, os comandantes das Forças
Armadas foram ao Congresso Nacional participar de uma reunião conjunta na
Comissão de Relações Exteriores e Defesa. Na ocasião, os militares reclamaram
da falta de verba destinada à Defesa e pediram um acréscimo de R$ 7,45 bilhões
ao Orçamento de 2014. O Exército
declarou que necessita de um acréscimo mínimo de R$ 2,4 bilhões para o
monitoramento das fronteiras, compra de munição e para garantir o uso de 9.500
veículos adquiridos recentemente. Já a Aeronáutica precisaria de R$ 2,9 bilhões
para manutenção e combustível das aeronaves e adequação de sua instalações
militares. E a Marinha afirmou a necessidade de R$ 2,15 bilhões para recuperar
a capacidade de operação e assegurar o apoio ao pré-sal. (Folha de S. Paulo –
Poder – 08/11/13)
Compra de aviões de caça permanece sem definição
De
acordo com o jornal Correio Braziliense, o governo brasileiro está postergando
a visita do presidente francês, François Hollande, ao Brasil, devido ao
processo de compra de aviões de caça pela Força Aérea Brasileira. (Correio
Braziliense – 08/11/13).
Ex-juiz acredita que os trabalhos da Comissão da Verdade não substituem ações na Justiça
Em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e a mais dois correspondentes
estrangeiros, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón declarou que a Comissão
Nacional da Verdade (CNV) brasileira exerce um “papel complementar” na apuração
dos crimes cometidos durante o regime militar (1964-1985), não devendo
substituir a abertura de ações penais na Justiça. Além disso, Garzón afirmou
que a Lei da Anistia (1979) não pode impedir a investigação dos crimes
cometidos durante o período. O ex-juiz criticou ainda a CNV ao afirmar que
deveria existir uma maior comunicação entre o colegiado nacional e as comissões
locais. (O Estado de S. Paulo – Política – 05/11/13)
Exército homenageia deputado e diplomata
De
acordo com o periódico Correio Braziliense, no dia 30/10/13, o Exército
homenageou o embaixador Nelson Tabajara e o deputado federal Luiz Pitiman
durante solenidade no Setor Militar Urbano. Cada um deles recebeu uma medalha
comemorativa dos 60 anos da Polícia do Exército por terem sido soldados dessa
divisão em Brasília, capital federal, na década de 1980. (Correio Braziliense –
05/11/13)
Obra em homenagem a vítimas do regime militar foi depredada
De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, foram
depredadas estátuas e o Ossário Geral do cemitério de Araçá, em São Paulo, onde
se encontram mais de mil ossadas de desaparecidos políticos encontrados em 1990
no cemitério de Perus. A obra feita em homenagem às vítimas do regime militar (1964-1985),
“Penetrável Genet”, de Celso Sim e Anna Ferrari, também foi danificada. O
ataque aconteceu pouco tempo depois de ato inter religioso realizado pelo
Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, mas os monolitos destruídos e
as ossadas espalhadas não eram dos restos mortais encontrados em Perus. Rogério
Sottili, secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, afirmou que a
situação é delicada e disse estar em contato com o presidente da Comissão sobre
Mortos e Desaparecidos Políticos da Presidência da República, Marco Antônio
Barbosa, com a intenção de criar um grupo de antropologia forense que
identifique as ossadas. Apesar de nenhum grupo ter reivindicado publicamente a
autoria do ataque, o deputado estadual Adriano Diogo, presidente da Comissão da
Estadual da Verdade, afirmou que a pichação poderia revelar uma assinatura e,
portanto, a autoria do ocorrido. Segundo O Estado, o artista Celso Sim destacou
que os computadores que estavam no local não foram levados, o que poderia ser
indicativo do ato como crime político. A exposição Penetrável Genet foi
inaugurada simbolicamente no cemitério e encontra-se aberta ao público. (Folha
de S. Paulo – Poder – 04/11/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 04/11/13)
Agência Brasileira de Inteligência monitorou diplomatas estrangeiros
De acordo com os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O
Estado de S. Paulo, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou
diplomatas russos, iranianos, iraquianos e uma sala alugada pela Embaixada
estadunidense em Brasília, capital federal, entre os anos de 2003 e 2004.
Segundo relatório produzido pelo Departamento de Operações de Inteligência da
Abin, foram monitorados e fotografados diplomatas russos com envolvimento em
negociações de equipamentos de defesa.
Alguns militares da área de inteligência, servidores da ativa e da inativa da
Abin entrevistados pela Folha afirmaram
participação direta nas ações. As operações foram classificadas como de
“contrainteligência” e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da
Presidência da República declarou que as operações foram realizadas de acordo
com a legislação brasileira. Ainda segundo a Folha, documentos secretos da Abin
revelaram que o Brasil investigou agentes do serviço secreto francês, a fim de
descobrir se houve ação de sabotagem por parte da França na explosão de 2003 na
base de lançamentos aeroespaciais de Alcântara, no estado do Maranhão.
Entretanto, não encontraram provas de sabotagem, prevalecendo a versão oficial
de que houve uma pane elétrica. De acordo com o jornal, a base de Alcântara,
devido à sua localização, poderia se transformar na única concorrente do Centro
Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Além disso, o Brasil teria monitorado
órgãos de cooperação e cultura relacionados à Embaixada da França no Brasil.
Conforme publicado pela Folha, no dia 05/11/13, uma porta-voz do governo
iraniano declarou que Teerã pretende conversar com o Brasil sobre o caso do
monitoramento de seus diplomatas. O vice-presidente da Comissão Mista de
Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, senador federal
Ricardo Ferraço, por sua vez, pretendia convocar o diretor-geral da Abin,
Wilson Trezza, e o chefe do GSI, José Elito Carvalho Siqueira para
esclarecimentos sobre o caso. O mesmo foi feito pelas Comissões de
Desenvolvimento Econômico, Relações Exteriores e Segurança Pública. Até o dia
07/11/13, no entanto, a aprovação para uma audiência pública para tal fim, com
Siqueira e Trezza, foi aprovada apenas nas Comissões de Relações Exteriores e
de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. Segundo a Folha, a Comissão
Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional se reúne
apenas em momentos emergenciais, conforme informado pelo deputado federal
Nelson Pellegrino, presidente da Comissão, que admitiu não haver reuniões periódicas
e acompanhamento metódico. De acordo com o procurador Denilson Feitoza,
presidente do Instituto Brasileiro de Inteligência Criminal, o Congresso
Nacional tem corresponsabilidade pela fragilidade do país nessa área, pois “as
ações do serviço de inteligência brasileiro são definidas por uma legislação
genérica, sem limites definidos”, além de carecer de controle externo
eficiente. Segundo a
Folha, no dia 05/11/13, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça afirmou que
as ações de inteligência do governo brasileiro não se comparam às práticas de
espionagem dos Estados Unidos da América, uma vez que o Brasil empreendeu ações
de contraespionagem que não violaram os direitos das pessoas. De acordo com
Cardozo, as ações da Abin não abalam a imagem do Brasil e destacou que foram
executadas em território nacional, ou seja, não violaram a soberania de outros
países. Segundo o ministro, o que não se pode fazer é “violar direito das
pessoas, a soberania das pessoas. Essa me parece uma diferença crucial. Se nós não
fizermos essa distinção, vai dar a impressão de que estamos usando o mesmo
método que nós recriminamos. Isso não é verdade”. Conforme Cardozo trata-se de
uma questão de defesa da soberania nacional. A presidenta da República, Dilma
Rousseff, afirmou que o governo brasileiro, por meio da Abin, pratica
espionagem “preventiva” e que isso difere totalmente das ações executadas pelo
EUA. Em entrevista ao grupo RBS, conforme informou o Correio Braziliense,
Rousseff declarou que não pode comparar o que a Abin fez em 2003 e 2004 com as
ações de espionagem norte-americanas, uma vez que a atuação da Abin
caracterizaria contrainteligência e que havia suspeitas de interferência [dos
outros países] em negócios privados e públicos no Brasil. Ainda de acordo com
presidenta, quando um país pratica invasão de privacidade, como foi o caso dos
EUA, a situação se torna violação de direitos humanos, diferentemente das ações
da Abin. (Correio Braziliense – 07/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 04/11/13;
Folha de S. Paulo – Poder – 05/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 06/11/13;
Folha de S. Paulo – Poder – 07/11/13; O Estado de S. Paulo – Política –
07/11/13)
Morte de ex-presidente da República voltou a ser investigada
De
acordo com o jornal Correio Braziliense, Josias Nunes de Oliveira, motorista
que dirigia o ônibus envolvido no acidente que matou o ex-presidente da
República, Juscelino Kubitschek (JK), prestou depoimento à Comissão de Direitos
Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O motorista aposentado,
considerado principal testemunha do caso, já foi ouvido pela Comissão da
Verdade de São Paulo, onde afirmou ter recusado uma mala de dinheiro oferecida
para que assumisse o suposto crime. Segundo Durval Ângelo, deputado estadual
que solicitou a audiência, “o surgimento de novos fatos caracteriza como
atentado político o acidente que provocou a morte de JK e de seu motorista”. O
jornal destacou que as dúvidas quanto às circunstâncias da morte de Kubitschek
se devem ao fato do acidente ter ocorrido na época em que a Operação Condor,
ação conjunta de governos militares do Cone Sul contra seus os opositores,
vigorava. O Estado também ressaltou que uma carta do coronel chileno Manuel
Contreras enviada ao então general brasileiro João Baptista Figueiredo, chefe
do Serviço Nacional de Informações (SNI), em 1975, seria outro fator gerador de
suspeitas. Na época morreram também o ex-ministro do Exterior chileno, Orlando
Letelier, o ex-presidente da República brasileiro, João Goulart, e o
ex-governador do estado da Guanabara, na atual cidade do Rio de Janeiro, Carlos
Lacerda. Os três brasileiros formavam o grupo de oposição ao regime militar
Frente Ampla. Ainda de acordo com o jornal, o pedido de nova investigação do
fragmento metálico encontrado no crânio de Geraldo Ribeiro, motorista de
Kubitschek, foi acatado pelo governo do estado de Minas Gerais. No dia
05/11/13, o jornal Folha de S. Paulo, informou que, em seu depoimento, Josia
Nunes de Oliveira negou novamente ter causado o acidente e reafirmou a versão
de que homens o haviam oferecido dinheiro para que assumisse a culpa pelo
ocorrido. Segundo a Folha, a Comissão reivindicou que o Estado faça um pedido
formal de desculpas e que pague uma indenização ao ex-motorista. (Correio
Braziliense – 04/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 05/11/13)
Organização das Nações Unidas suspeita de irregularidades na Missão de Paz no Haiti
De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, auditorias secretas da Organização
das Nações Unidas (ONU) revelaram suspeitas de irregularidade na Missão das
Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), sob comando brasileiro.
As auditorias identificaram problemas de contratos superfaturados, pagamento de
serviços sem nota fiscal e licitações com suspeita de favorecimento. Após dois
anos do início da missão, um primeiro relatório interno da ONU apontou para as
primeiras irregularidades. Em uma carta enviada a Juan Gabriel Valdés,
representante especial do secretário-geral da ONU, em 2006, a Divisão de Auditoria
Interna revelou que dos US$ 8,4 milhões gastos em pagamentos pela missão a
fornecedores locais, US$ 3,8 milhões foram realizados sem contrato escrito.
Além da falta de contratos relativos aos pagamentos, as empresas fornecedoras
inflaram os recibos cobrando até 87% a mais que os preços estabelecidos pelo
governo. A auditoria revelou que a empresa Haytian aumentou seus preços no
mesmo período em que a missão iniciou as exigências por um plano de produção de
energia, levando a ONU a perder por volta de US$ 452 mil entre junho de 2004 e
janeiro de 2006. O relatório mostrou também que a Minustah pagou US$ 7 mil em
um serviço feito pelos próprios funcionários da ONU e US$ 56 mil em espaços nas
rádios e camisetas que não foram autorizadas pelo Departamento de Licitações.
No relatório da Divisão de Auditoria Interna da ONU, publicado em 11/01/07, foi
identificado ainda que o mecanismo para evitar fraude no combustível (comprado
para os mais de 2 mil carros, caminhões, tanques e aviões da ONU) não foi totalmente
implementado. A Divisão de Auditoria afirmou que, nessa compra, houve o
favorecimento de uma empresa, a Dinasa, que ficou com um contrato de US$ 8,7
milhões. Três empresas se apresentaram para licitação, a Total, Dinasa e
Skylink, sendo que o preço oferecido pela Total era o menor e, portanto, ela
deveria ter sido a ganhadora. Com isso, o relatório concluiu que houve acesso a
“informações internas” da ONU. O jornal ainda destacou que, no escritório de
Nova York, nos Estados Unidos da América, a ONU constatou novas suspeitas: os
pagamentos da Minustah aos vendedores de combustível não possuíam documentos
que os justificassem. Procurada pelo Estado, a ONU confirmou ter apurado o
caso, mas se recusou a fornecer mais informações. (O Estado de S. Paulo – Internacional
– 03/11/13)
Memórias da cidade de Brasília IV: Universidade de Brasília abrigou órgãos do governo militar
De
acordo com o jornal Correio Braziliense, a Universidade de Brasília (UnB)
tornou-se uma das instituições mais vigiadas e sofreu vários tipos de
intervenções durante o regime militar (1964-1985). Segundo o periódico, foi
instalado na reitoria da UnB, em 1971, a Assessoria de Assuntos Especiais,
órgão subordinado ao Serviço Nacional de Informações (SNI), responsável por
“supervisionar e coordenar as atividades de informações e contrainformações no
Brasil e no exterior”. De acordo com Paulo Parucker, pesquisador da Comissão
Anísio Teixeira de Memória e Verdade da UnB, “era uma rede vastíssima, os
ambientes eram completamente vigiados para o desmantelamento das organizações
clandestinas, dos partidos, das dissidências e da subversão”. Segundo o
Correio, poucos arquivos de órgãos como esse não desapareceram, como os do
fundo da Assessoria de Segurança de Informações da UnB (ASI-UnB), cujos
arquivos – que contam com mais de 62 mil páginas reveladoras da profundidade do
governo na espionagem contra os estudantes - encontram-se no Arquivo Nacional.
De acordo com o jornal, nos arquivos constam dossiês que relatam a presença de
estudantes “detidos por ocasião do movimento estudantil” em eventos,
assembleias e reuniões. De acordo com Parucker, desses documentos decorriam
ações, como aconselhamento sobre a não contratação de professores e a indicação
de afastamento de alunos, entre outras medidas. O pesquisador defendeu a
utilização desses papeis para “montar um quadro mais nítido do momento
histórico, identificando circunstâncias, vítimas, algozes e lugares”. Em artigo
para o jornal Correio Brasiliense, Cristiano Paixão, professor da Faculdade de
Direito da UnB, procurador regional do Trabalho, conselheiro da Comissão de
Anistia do Ministério da Justiça e coordenador de Relações Institucionais da
Comissão da Verdade da universidade, relatou que o movimento estudantil e
outras entidades da sociedade civil protagonizaram em Brasília a resistência ao
regime militar utilizando as ruas para protestar. Além disso, a capital federal
foi também palco da repressão do regime e, segundo Paixão, esses acontecimentos
precisam ser ensinados e discutidos e a memória da sociedade, ativada. De
acordo com o professor, a Comissão da Verdade da UnB está reunindo vários
depoimentos dos que participaram da resistência ao regime militar, a fim de
torná-los amplamente conhecidos. Paixão defendeu ainda a destinação de um
espaço público na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para a criação de “um
memorial dedicado aos direitos humanos, à resistência e à democracia”. (Correio
Braziliense – 06/11/13)
Memórias da cidade de Brasília III: locais de memória do regime militar permanecem desconhecidos
Segundo
o periódico Correio Braziliense, vários locais foram usados para repressão e
também pelos movimentos de resistência em Brasília, capital federal, durante o
regime militar (1964-1985). Porém, após 49 anos da tomada de poder pelos
militares, ainda existem poucos locais concretos de memória do período. De
acordo com o Correio, um deles é a Universidade de Brasília (UnB), local onde
funciona a Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade. Outro ponto
importante é o Arquivo Nacional que funciona na Imprensa Nacional, situada no
Setor de Indústrias Gráficas de Brasília, onde há caixas e computadores
contendo documentos do período. Apesar disso, segundo o jornal, os
acontecimentos do regime militar ainda estão restritos à memória dos que os
vivenciaram. De acordo com Mateus Guimarães, sobrinho do líder estudantil
Honestino Guimarães, existem muitos locais simbólicos dos quais não se tem
informação alguma e que a mudança nesse sentido deve vir de um processo de
educação. Segundo Daniel Faria, professor da UnB e integrante da Comissão da
Verdade da instituição, a memória fica “à mercê dos jogos políticos do momento
e do esquecimento” quando não há local concreto para ser preservada. Ainda de
acordo com o Correio, desde 1976 a ponte projetada por Oscar Niemeyer tem o
nome do ex-presidente da República Arthur da Costa e Silva, cuja gestão
recrudesceu a censura e a opressão do regime militar e, apesar de queixas de
moradores da cidade, permanece com a nomenclatura inalterada. (Correio
Braziliense – 06/11/13)
Memórias da cidade de Brasília II: jornal destacou ações de militantes durante o regime militar
De
acordo com o jornal Correio Braziliense, a Avenida W3 Sul e repúblicas de
estudantes eram os principais pontos de encontro de militantes em Brasília,
capital federal, durante o regime militar (1964-1985). Apesar do caráter
onipresente do governo na época, alguns militantes conseguiram empreender ações
bem sucedidas. O jornal contou a história do ex-estudante Aylê Salassié, hoje
professor de comunicação e doutor em história, cujo carro serviu de transporte
para militantes durante missões de protesto. Salassié afirmou que chegou a
responder por pelo menos 10 inquéritos policiais militares.O Correio destacou
que algumas repúblicas de estudantes no Plano Piloto foram investigadas
constantemente por reunirem jovens que, muitas vezes, conforme os militares,
adotavam comportamento heterodoxo. O jornal ressaltou que o Ministério do
Exército na época produziu um relatório especial de informações bastante
detalhado relatando o comportamento de estudantes. O relatório incluía detalhes
como círculo de amizades, locais frequentados e relações entre os investigados.
O Correio ainda esclareceu que, no contexto do regime militar, uma casa usada como
refúgio de grupo de ativistas ou de organização política clandestina era
conhecida por “célula”. Tais células eram hierarquicamente organizadas e
possuíam comando próprio. (Correio Braziliense – 04/11/13)
Memórias da cidade de Brasília I: Universidade de Brasília foi alvo de espionagem durante o regime militar
De
acordo com o Correio Braziliense, durante o regime militar (1964-1985) o campus
da Universidade de Brasília (UnB) foi constantemente vigiado por agentes
militares. A Universidade foi um dos principais endereços do regime militar,
tanto relacionado à repressão quanto a resistência. Em 1978, após alunos da UnB
terem sintonizado no radio a transmissão de um debate do Diretório
Universitário para a criação do Diretório Central dos Estudantes Livre, foi
encontrado um aparelho transmissor composto de microfone, pré-amplificador,
transmissor e fonte de alimentação. Segundo os alunos do Departamento de
Elétrica, o aparelho poderia ser instalado em 30 segundos e alcançava um raio
de 10 quilômetros, cuja frequência era reservada,para utilizá-la era preciso de
autorização do Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel). Depois que o
aparelho foi encontrado, funcionários do Serviço de Proteção ao Patrimônio
tentaram levá-lo para analise, porém, se retiraram quando encontraram
resistência dos alunos. Paulo Parucker, atualmente pesquisador da Comissão
Anísio Teixeira de Memória e Verdade da UnB, alegou que, apesar dos documentos
da época mostrarem que não foi encontrado nenhum responsável pela escuta, é
muito provável que ela fazia parte de um sistema de informações do regime
militar. Antônio Carpintero, professor de arquitetura da UnB, revelou que era
notável o clima de vigilância dentro da Universidade, agentes matriculados nos
cursos tentavam interagir com diversos grupos, além da presença constante dos
militares no campus. Após a entrada em vigor da Lei Suplicy de Lacerda, de
27/10/64, que colocou todas as entidades estudantis na clandestinidades, salvo
as vinculadas com Ministério da Educação, o governo instituiu o Decreto-Lei nº
477 de fevereiro de 1969, que demandava a punição rigorosa de professores,
alunos e funcionários considerados subversivos. Devido a essa nova lei, as
discussões sobre a criação de uma entidade representativa independente só foram
retomadas em 1970, ainda sob constante vigilância militar (Correio Braziliense
– 03/11/13)
Exército brasileiro se destaca na execução de grandes obras
De acordo com o Correio Braziliense, a eficiência do Exército em lidar
com a execução de 16 projetos importantes para o Plano de Aceleração do
Crescimento (PAC) convenceu a presidenta da República, Dilma Rousseff, a
convocar a instituição para um novo projeto. Rousseff confiou aos engenheiros
militares o estabelecimento de um padrão gerencial de planejamento e de
execução de obras, pretendendo atingir o mesmo patamar de economia e rapidez
obtido pelas tropas em todos os projetos. Essa padronização será exibida em
portal na internet, até 2015. Atualmente, o Exército trabalha em 20 projetos,
orçados em R$ 1,2 bilhão, utilizando seus 12 batalhões de engenharia espalhados
pelo território nacional. O general Joaquim Brandão, chefe do Departamento de
Engenharia e Construção (DEC), alegou que a diferença entre uma empreiteira
privada e as tropas está na forma de encarar as obras: para os militares, elas
são equivalentes a uma missão. O DEC foi criado em 1880 e atualmente se
localiza em prédio do Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano de
Brasília, comandando 15 mil militares, em todas as regiões do país, que atuam
tanto na gestão quando na execução de obras. Uma novidade oferecida pela
divisão seria a consultoria em projetos, como a avaliação de edificações feita
para o Ministério Público da União (MPU). A base acadêmica para as atividades
do Exército se encontra no Instituto Militar de Engenharia (IME), que se mantém
atualizado através de parcerias tecnológicas com empresas e centros de
pesquisa. A capacidade demonstrada pelo Exército nas obras estaria ligada a
necessidade de agir com eficiência em tempos de guerra, restaurando as
construções danificadas e construindo ligações terrestres. Para o general
Brandão, são muitos os benefícios de utilizar as equipes do DEC, a utilização
de mão-de-obra e equipamentos próprios reduz os custos, além do recrutamento e
qualificação de profissionais civis no local da obra ser parte da função social
da instituição. Uma parceria com a multinacional estadunidense Autodesk
permitirá ao Exército dar mais rigor técnico aos seus serviços, até mil
quilômetros distantes da base. A instituição passou a levar em conta também a
preservação ambiental e o equilíbrio financeiro, além de investir no controle
de dados para gerenciamento dos projetos. O Exército é uma instituição
submetida às regras das licitações públicas como qualquer empresa privada. Em
2010, a Procuradoria-Geral da Justiça Militar iniciou uma investigação para
apurar possível envolvimento de oito generais com irregularidades encontradas
nas obras da instituição, realizadas entre os anos de 2004 e 2009, porém, nada
foi provado. Segundo Brandão, os 12 batalhões de engenharia são monitorados
pelo MPU, pela Advocacia-Geral da União (AGU), pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU), uma vez que todos os bens
utilizados pelo Exército pertencem a União. A Diretoria de Obras Militares
(DOM) do Exército
estabeleceu parceria com o TCU na esperança de realizar, futuramente, uma
gestão digital das obras de infraestrutura, facilitando a fiscalização de
projetos. Na área empresarial, já existem multinacionais se espelhando no
Exército brasileiro, conforme noticiou o periódico. Segundo Steve Blum,
vice-presidente da Autodesk, a instituição merece atenção na medida em que
consegue reduzir em até 30% o custo das obras somente com o gerenciamento de
tempo e de material. Com o objetivo de obter recursos para construção de um
polo de ciência e tecnologia na cidade de Guaratiba, o Exército propôs uma
parceria público-privada (PPP). Essa construção terá o custo de R$ 1,5 bilhão e
a proposta do Ministério do Planejamento visa atrair grandes empresas que
possam bancar o centro tecnológico em troca de utilizarem seus serviços por 30
anos. O advogado Bruno Pereira, coordenador do portal PPP Brasil, informou que
o Ministério da Defesa elaborou quatro projetos utilizando essa modalidade de
contratação. Os projetos abrangem a construção de um colégio militar na cidade
de Manaus, equipamentos para educação física e um empreendimento residencial no
estado do Rio de Janeiro, além da logística de combustível dos estados de
Tocantins e Goiás. O economista Claudio Roberto Frischtak, presidente da
Inter.B Consultoria e especialista de investimentos em projetos de
infraestrutura, defendeu que não haveria problemas em delegar a construção de
obras para os militares, desde que a instituição apenas complemente as empresas
privadas, de forma que não se estabeleça uma competição desigual no ramo.
Atualmente, os batalhões de engenharias envolvidos em grandes obras (como
Batalhão Mauá, que atua na reforma do Aeroporto de Caravelas, no estado da
Bahia) estão abrindo convocações para várias frentes, inclusive algumas
rejeitadas pelo setor privado. Ainda de acordo com o Correio, foi o Exército
brasileiro que impediu a paralisação total das obras para transposição das
águas do Rio São Francisco. O Batalhão de Engenharia assumiu a execução das
obras em dois blocos, o chamado Eixo Norte e uma parte do Eixo Leste. O
Exército finalizou em junho de 2012 a primeira etapa: um canal de aproximação,
que possui dois quilômetros e leva até o ponto de bombeamento; e a barragem da
cidade de Tucutu. Apesar dos militares terem entregado sua parte na data
estipulada, as construtoras licitadas não cumpriram com sua parte e atrasaram
toda a programação, segundo o jornal. (Correio Braziliense – 03/11/13)
Blindado nacional atuará no Haiti em 2014

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o Exército concluiu, na cidade de Campinas, no estado de São Paulo, os primeiros testes urbanos do novo blindado sobre rodas, denominado Guarani. Segundo o jornal, unidades do veículo atuarão com a força de paz brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). O jornal mencionou que o Guarani conta com nove versões e substituirá, até 2030 os blindados modelo Urutu EE-11 e Cascavel EE-9,produzidos até o ano de 1988. O Estado destacou que o Guarani possui “avançada eletrônica embarcada, [...] couraça resistente a disparos de calibre 7,62 mm, a estilhaços de granadas propelidas e a impacto de cargas explosivas leves”, além de ser ágil em áreas densamente habitadas. Além disso, serão construídas 2044 unidades do veículo, cujo contrato deverá ser de R$ 6 bilhões. O veículo está sendo construído pela empresa Iveco, subsidiária do grupo Fiat, no estado de Minas Gerais. Segundo o coronel Anísio David de Oliveira Júnior, comandante do 19.º Contingente do Batalhão de Infantaria da Força de Paz (Brabat-19), após os testes o Guarani recebe modificações periódicas conforme as recomendações das tropas. Seu objetivo é atuar em áreas urbanas, rotina dos militares brasileiros no Haiti. (O Estado de S. Paulo – Política – 02/11/13)
Agência Brasileira de Inteligência não abrirá processo administrativo para investigar servidor que repassou informações
Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, no dia 01/11/13, a direção da Agência Brasileira
de Inteligência (Abin) informou, que não abrirá procedimento administrativo
para investigar o agente 008997 que forneceu informações a um espião dos
Estados Unidos da América - questão tratada no Informe Brasil 39-2013. Segundo
O Estado, a decisão foi tomada por Wilson Trezza, diretor-geral da Abin e
causou surpresa entre os servidores da agência e à presidenta da República,
Dilma Rousseff, principalmente, após o governo brasileiro, em conjunto com a
Alemanha, ter enviado a Organização das Nações Unidas (ONU) plano para
regulação do direito à privacidade e combate às violações ilegais na internet.
(O Estado de S. Paulo – Política – 02/11/13)
Soldado do Batalhão de Infantaria da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti comete suicídio
De
acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Geraldo Barbosa Luiz, soldado brasileiro do Batalhão de Infantaria
da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), disparou
contra a própria cabeça com fuzil nas instalações de quartel localizado na
capital do Haiti, Porto Príncipe. De acordo com a Folha, Barbosa Luiz foi
levado a um hospital com vida, porém, morreu quarenta e cinco minutos após o
ocorrido. O jornal destacou que, antes de atuar no Haiti, o soldado trabalhara
no 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado, na cidade de Ponta Porã, no estado do
Mato Grosso do Sul. Segundo o Exército, um inquérito policial militar será instalado
para apurar o caso. (Folha de S. Paulo – Mundo – 02/11/13)
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Senador proporá a criação de Agência de Defesa Cibernética
Segundo
o jornal Correio Braziliense, o senador federal Ricardo Ferraço, presidente da
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e relator da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da espionagem, proporá em seu relatório a
criação de uma Agência Civil de Defesa Cibernética. Ferraço pretende entregar o
relatório até o fim de 2013, conforme noticiou o periódico. (Correio Braziliense – 30/10/13)
Esposa de Rubens Paiva foi vigiada durante regime militar
De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, documentos do Ministério da Justiça
revelam que Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, foi monitorada
pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), durante o regime militar
(1964-1985). O deputado Paiva, que teve seu mandato cassado pelo Ato
Institucional nº 5, foi levado no dia 20/01/71 por agentes do regime para
prestar depoimento e foi dado como desaparecido a partir de então. Segundo a
versão oficial, Paiva fugira durante uma tentativa de sequestro, mas sua esposa
sempre contestou essa versão e empreendeu esforços para esclarecer melhor o
caso, motivo pelo qual ela foi vigiada. Os documentos fazem parte de um acervo
do Ministério da Justiça que será remetido nas próximas semanas ao Arquivo
Nacional. (Folha de S. Paulo – Poder – 29/10/13)
Plano Nacional de Contingência envolverá a Marinha
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, foi lançado, na semana do dia
28/10/13, o Plano Nacional de Contingência (PNC), o qual prevê medidas em casos
de vazamento de petróleo no mar, de acordo com a quantidade de óleo vazado, dos
impactos ambientais, da sensibilidade da área atingida e da capacidade das
operadoras de resolver o problema. O PNC, publicado no Diário Oficial da União
no dia 23/10/13, envolve a participação de diversos órgãos oficiais, dentre
eles a Marinha, que coordenará um esquema de emergência caso haja acidente em
águas internacionais. (O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – 28/10/13)
Filme retrata o mercado gerado por indenizações as vítimas do regime militar
De
acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o filme “Jogo das Decapitações”,
dirigido por Sérgio Bianchi, ironiza o mercado gerado pelas indenizações pagas
as vítimas do regime militar (1964-1985). Temas como violência policial, opressão
e luta de classes são abordados através da trajetória de militantes políticos.
Segundo o jornal, os personagens são retratados de forma nuançada, não sendo
apresentados apenas de forma maniqueísta, enquanto os episódios de alucinação
no filme retratam a violência como fundamento social de qualquer época. (Folha
de S. Paulo – Ilustrada – 28/10/13)
Colunista elogiou atuação do Exército em leilão do campo de Libra
Em
coluna opinativa para o periódico Folha de S. Paulo, o jornalista Valdo Cruz
elogiou a participação do Exército na “operação de guerra” montada para
garantir a segurança do leilão do campo de Libra. Cruz afirmou não defender a
atuação do Exército nas ruas como rotina, mas advogou por uma reação mais
articulada e eficaz do governo contra atos de violência e de depredação de
patrimônios públicos e privados. (Folha de S. Paulo – Opinião – 28/10/13)
Reunião da Corte Interamericana de Direitos Humanos destaca debate pela revisão da Lei da Anistia
De
acordo com O Estado de S. Paulo, o Brasil está sendo pressionado por tribunais
e entidades de direitos humanos para reinterpretar a Lei da Anistia (1979) e se
tornar mais rigoroso na punição de quem torturou e matou em nome do Estado. Por
causa disso, segundo levantamento feito por militantes de direitos humanos,
aproximadamente uma dezena agentes da repressão, vindos da Argentina e do
Uruguai nos anos de 1970 e 1980, teriam se escondido no Brasil. O assunto será
destaque na reunião da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da
Organização dos Estados Americanos (OEA), que ocorrerá em Brasília, capital
federal, entre os dias 11 e 15/11/13. A Lei da Anistia foi promulgada durante o
regime militar (1964-1985), em 1979, e beneficiou tanto os presos políticos
como os militares, que ficaram protegidos de qualquer punição pelos crimes
praticados em nome do Estado. Segundo Paulo Abrão, secretário de Justiça, o
Brasil se tornou uma opção de refúgio para ex-agentes da repressão devido a sua
fronteira com aqueles Estados. Ainda de acordo com Abrão, “o que impede que o
País seja "um espaço consolidado de refúgio desses violadores de direitos
humanos" é que "existe uma jurisprudência no STF [Supremo Tribunal
Federal] para equiparar crimes de sequestro a crimes permanentes"”. Em
recente parecer ao STF, a respeito da extradição de um ex-policial argentino
que cometeu crimes durante o regime militar naquele país, Rodrigo Janot,
procurador-geral da República cogitou a reinterpretação da lei e observou que
crimes com tortura e morte de opositores políticos são crimes contra a
humanidade e, portanto, imprescritíveis. A CIDH condenou, há três anos atrás, o
Estado brasileiro pelo desaparecimento de militantes de esquerda durante a
Guerrilha do Araguaia (1972-1974). Em entrevista ao Estado, Diego Gracía-Sayán,
o presidente da CIDH, afirmou que a Corte não recebeu nenhuma resposta negativa
do Brasil em relação ao cumprimento da sentença e que o país deverá punir os
agentes públicos responsáveis a seu tempo. O presidente declarou ainda que cada
país desenvolve seu processo político no seu ritmo e que a justiça de transição
aparece não somente nos tribunais, mas também em movimentações sociais e
institucionais. As comissões da verdade se enquadram nesse processo de
descobrimento da verdade oferecendo às vítimas alguma reparação social. Segundo
Gracía-Sayán, a Lei da Anistia pode ser comparada a um tratado de paz entre
dois países, serve para estabilizar a transição, mas não apaga a história e,
portanto, as vítimas devem obter reparação e os culpados, punidos. A afirmação
da institucionalidade democrática é a chave para combinar verdade, reparação e
justiça, e a estabilidade do processo de transição não deve impedir a
investigação e punição das violações dos direitos humanos. Para Gracía-Sayán, a
Lei da Anistia não impede que a sentença no caso Araguaia seja cumprida. (O
Estado de S. Paulo – Política – 27/10/13)
Agência Brasileira de Inteligência desbarata esquema de espionagem dos Estados Unidos da América no país
Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
exonerou o analista 008997 de seu serviço de espionagem por transmitir dados
sigilosos para Agência Central de Inteligência (sigla em inglês, CIA) dos
Estados Unidos da América (EUA). Um agente estadunidense, disfarçado de
diplomata da embaixada dos EUA em Brasília, cooptou o analista 008997, alto
funcionário do órgão – que chefiara a estratégica subunidade da agência em Foz
do Iguaçu, no estado do Paraná, antes de assumir, no dia 28/07/11, a
superintendência em Manaus, no estado da Amazônia. O objetivo do agente
estadunidense era obter informações sobre a atuação do governo brasileiro na
Tríplice Fronteira, região de fronteira entre o Brasil, Argentina e Paraguai, e
rastrear informantes do governo. Entretanto, ao acessar remotamente documentos
protegidos por sigilo do escritório de Foz do Iguaçu, aos quais não poderia ter
mais acesso, o analista 008997 fez com que um alerta fosse dado na Abin e uma
operação de contraespionagem fosse autorizada por Wilson Trezza, diretor-geral
da Agência. Para essa operação, agentes “novatos” foram deslocados de outras
regiões do país para acompanhar e filmar um jantar na cidade de Curitiba,
estado do Paraná, entre o agente estadunidense e o brasileiro, onde este
garantiu ao primeiro que não estavam sendo vigiados pela Abin e marcaram um
novo encontro para o mês seguinte. Nesse novo encontro, o brasileiro
apresentaria outra pessoa que ajudaria o estadunidense a obter mais
informações, porém, o agente da CIA não apareceu, uma vez que foi removido do
país logo após o encontro de Curitiba. Segundo servidores da Abin ouvidos pelo
Estado, “os americanos, de alguma forma, ficaram sabendo que seu agente tinha
sido descoberto e este não poderia mais ficar no país, para evitar problemas
diplomáticos”. Em explicações ao governo brasileiro, o governo dos EUA alegou
que foi o analista brasileiro quem procurou o diplomata estadunidense. A Abin
evitou a exposição do caso e não abriu processo administrativo contra o
servidor, que foi exonerado e se aposentou em 17/12/12. Segundo o jornal, a
Abin teme que o agente estadunidense tenha obtido uma lista dos informantes
infiltrados na comunidade árabe da Tríplice Fronteira. Os EUA consideram a
região de Foz do Iguaçu um centro financeiro de abastecimento de grupos
terroristas do Oriente Médio. O fato da Abin ter ignorado essa suspeita gerou
revolta nos setores de contrainteligência do órgão, que desmascararam o esquema
de espionagem. De acordo com uma fonte ouvida pelo Estado, o fato das
autoridades responsáveis por detectar ações de espionagem no Brasil omitirem o
“grave episódio” da presidenta da Republica, Dilma Rousseff, foi considerado
muito sério. A Abin alegou que a falta de uma legislação brasileira que
tipifique crimes de espionagem não permite que a agência produza provas. Em
resposta ao jornal Folha de S. Paulo, o general José Elito, chefe do Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da República, ao qual a Abin está
subordinada, negou que o analista tenha passado dados sigilosos à CIA e afirmou
que o mesmo se aposentou porque já tinha o tempo necessário para isso. (Folha de S. Paulo – Mundo – 27/10/13; O
Estado de S. Paulo – Internacional –
27/10/13)
Jornal retrata a importância da invasão da Universidade de Brasília na criação do Ato Institucional nº5
Segundo
o jornal Correio Braziliense, um dos locais mais importantes explorados pelo
regime militar (1964-1985) foi a Universidade de Brasília (UnB). A presença de
jovens ligados à resistência na universidade chamou atenção do regime
ocasionando uma série de ocupações e intervenções das forças policiais. De
acordo com o Correio, a invasão ocorrida no dia 29/08/68 poderia ter sido o
pretexto esperado pelos militares para a edição do Ato Institucional n° 5
(AI-5), responsável por endurecer a repressão nos anos seguintes. Segundo
Cláudio de Almeida, ex- aluno da UnB, os alunos já sabiam que a polícia
invadiria o campus naquele dia, pois recebiam informações de filhos de
militares. Betty Almeida, colega de Cláudio, relatou que a polícia invadiu o
campus violentamente, destruindo a universidade e batendo nos estudantes,
principalmente em Honestino Guimarães, líder estudantil, único a ser levado
preso pelos militares. Revoltados com a ocupação e a prisão de Guimarães, os
alunos da UnB botaram fogo em uma viatura que havia ficado no campus. Em
resposta, o governo militar invadiu novamente a universidade com o Exército e
as Polícias Militar, Civil e Política, chegando a cercar o campus com tanques
de guerra. O confronto entre as forças militares e os alunos, que se defendiam
com paus e pedras, terminou com dois estudantes baleados: Waldemar Alves da
Silva Filho e Márcio José dos Santos. Após o confronto, os estudantes foram
reunidos e passaram por uma triagem: aqueles que tinham as mãos sujas foram
presos por terem atirado pedras nos policiais. No momento em que as prisões
aconteciam, vários congressistas chegaram à UnB. Baseado na violenta invasão da
UnB e no fechamento da Universidade Federal de Minas Gerais, Márcio Moreira
Silva, então deputado federal filiado ao Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), em discurso no Congresso Nacional, conclamou o povo a boicotar o
militarismo. O congressista pediu aos cidadãos que não participassem das
comemorações da Independência do Brasil. O então presidente da República,
general Arthur da Costa e Silva, pediu
ao Poder Judiciário a cassação de Moreira Silva, porém, a Câmara Federal negou
a licença para que o deputado fosse processado. Essa série de incidentes serviu
como pretexto para que Costa e Silva editasse o AI-5 em 13/12/68. (Correio
Braziliense – 28/10/13)
Ministério da Defesa iniciou parceria com empresas para rastrear explosivos
Segundo
o jornal Correio Brasiliense, o governo federal articula com empresas
brasileiras um projeto de rastreamento de explosivos de origem nacional e
importada, que seja implementado a partir do primeiro semestre de 2014. Esse
projeto tem como objetivo evitar incidentes em locais de grande aglomeração de
pessoas, inibir o uso de explosivos em caixa eletrônicos, presídios e outros.
Nesses locais serão instalados dispositivos de radiofrequência que
possibilitarão a localização dos materiais. A parceria entre o setor privado e
o Ministério da Defesa se iniciou em 2011 e tem como meta rastrear todo o
segmento da cadeia produtiva de explosivos. Atualmente, está em teste o
desenvolvimento de um processo de introdução de um chip na dinamite e
acionadores para todos o fabricantes, tornando o Brasil um pioneiro no
desenvolvimento desse tipo de tecnologia. De acordo com o Comando do Exército,
os explosivos já possuem um número de identificação, denominado Identificação
Individual Seriada (IIS), quando saem da indústria ou entram no país. Conforme
o jornal, o Brasil fabrica 300 mil toneladas de explosivos por ano e apenas uma
pequena parcela é importada para ser utilizada, geralmente, na exploração de
petróleo. Segundo o major João Luiz Machado, da Diretoria de Fiscalização de
Produtos Controlados do Exército, a iniciativa encontra resistência de algumas
empresas devido ao aumento no custo de fabricação, mas isso não impedirá o
Exército de fiscalizar o uso de explosivos. Inicialmente está sendo realizada a
identificação serial desses explosivos, para depois introduzir a utilização do
chip. Segundo o major, existem centenas de fabricantes de explosivos no Brasil,
mas somente dez dominam 90% do mercado. O técnico responsável por detonar os
explosivos também será monitorado através de um cadastro obrigatório, que o
autoriza a ser contratado. A última norma para o rastreamento obriga que as
empresas que sofrerem furto ou desvio de explosivos comuniquem o ocorrido ao
Exército em até 24 horas. (Correio Braziliense – 27/10/13)
Forças Armadas auxiliaram na segurança do Exame Nacional do Ensino Médio
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as Forças Amadas auxiliaram no
sistema de segurança para aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem), nos dias 26 e 27/10/13. De acordo com o periódico, após a
impressão dos cadernos de prova em Osasco, cidade localizada na região metropolitana
do estado de São Paulo, o material foi levado ao Exército e encaminhado ao
Aeroporto de Cumbica, na cidade de Guarulhos. O Estado afirmou que os malotes
de prova ficaram armazenados em galpões do Exército, enquanto a Marinha e a
Aeronáutica foram responsáveis pelo transporte dos mesmos e dos aplicadores da
prova para 55 locais de difícil acesso nos estados do Acre, Amapá, Amazonas e
Pará. (O Estado de S. Paulo – Metrópole – 26/10/13)
Aviões da Força Aérea Brasileira transportaram médicos estrangeiros
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Força
Aérea Brasileira (FAB) transportou os aprovados na segunda etapa do programa
Mais Médicos para os estados em que atuarão. O periódico informou que os aviões
partiram de Brasília, capital federal, e de outras três capitais: Vitória
(Espírito Santo), Belo Horizonte (Minas Gerais) e Fortaleza (Ceará). De acordo
com O Estado, foram utilizados 11 aviões
modelos Hércules C130, Embraer 145, Bandeirante e Amazonas. Esta foi uma das
maiores operações de transporte de materiais e de passageiros realizada pela
FAB, uma vez que, além dos médicos, foram transportadas provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). (Correio Braziliense – 27/10/13; O Estado de
S. Paulo – Metrópole – 26/10/13)
Vladimir Herzog foi homenageado em São Paulo
De acordo com o periódico O Estado de S.
Paulo, no dia 25/10/13, Vladimir Herzog, jornalista morto durante o regime
militar (1964-1985) na sede do Destacamento de Operações de Informações -
Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 2º Exército, foi
homenageado na cidade de São Paulo. De acordo com o jornal, uma praça foi
batizada com seu nome e um mural lembrando a causa da morte de Herzog foi
instalado no local. (O Estado de S. Paulo – Política – 26/10/13)
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