Em coluna opinativa
do periódico Folha de S. Paulo, o jornalista Rogério Gentile afirmou que o
prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, colocou-se em uma situação
contraditória ao optar por alterar os nomes de ruas com pessoas relacionadas ao
regime militar (1964-1985) e manter aquelas referentes a outros regimes
também considerados ditatoriais. O
colunista afirmou que Haddad irá retirar nomes como o do ex-presidente da
República Arthur da Costa e Silva, afirmando que a iniciativa “é um resgate
importante, uma reafirmação do compromisso de São Paulo com os valores
democráticos”, mas deixará nomes como o do ministro da Justiça durante o Estado
Novo (1937-1945), Francisco Campos, ao qual atribui-se a frase “governar é
prender”; ou o do chefe do departamento de censura do mesmo período, Lourival
Fontes, e o ex-presidente da República Getúlio Vargas, em cujo governo a
tortura era uma constante. Segundo Gentile, apesar de possivelmente “ser desagradável
morar num lugar que faz deferência a alguém como o delegado Sérgio Fleury [no
bairro Vila Leopoldina], símbolo da tortura e do Esquadrão da Morte”, o que vem
sendo praticado por Haddad consiste em um “revisionismo seletivo”. Gentile
finalizou seu artigo afirmando que não existem ditaduras boas ou más, “ditadura
é sempre ditadura”. (Folha de S. Paulo - Opinião - 20/08/15)
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