Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o filme
"Jango", que conta a história do ex-presidente da República João
Goulart, foi destaque na retrospectiva do 18º festival É Tudo Verdade. O filme
marca o início das discussões sobre os 50 anos da tomada do poder pelos
militares em 1964, que derrubou Goulart da presidência e instaurou o regime
militar no Brasil (1964-1985). O documentário, de Silvio Tendler, foi um
sucesso quando estreou em 1984, pois, segundo a Folha, o governo militar estava
enfraquecido e a campanha pelas Diretas-Já ganhava destaque. Segundo o jornal,
a Comissão Nacional da Verdade irá investigar a morte do ex-presidente e a
família já permitiu a exumação de seus restos mortais. De acordo com Tendler,
na época, o filme pode ser produzido graças ao apoio financeiro de Denize
Goulart, filha de Jango, e Antônio Balbino, ex-governador da Bahia e
ex-ministro nos governos Getúlio Vargas e Goulart. Em entrevista à Folha,
Tendler afirmou que o “Jango” é a maior bilheteria do cinema político
brasileiro, com estimativa de um milhão de espectadores. O cineasta relembrou
que o filme foi barrado na censura do regime, mas que a realização de uma
sessão a portas fechadas para toda a imprensa fez com que ela “comprasse a
briga”. Durante o Festival de Cinema de Gramado de 1984, o filme ganhou o
prêmio especial do júri e o de melhor filme pelo júri popular, apesar de
esforços de setores aliados do regime para que isso não ocorresse. Tendler
contou que está produzindo uma trilogia para discutir o pós-64: o primeiro será
sobre os advogados que lutaram contra a ditadura; o segundo fala a respeito da
resistência dos militares pela democracia; e o terceiro será "Há Muitas
Noites na Noite", sobre o exílio, baseado no "Poema Sujo", de
Ferreira Gullar. (Folha de S. Paulo – Ilustrada – 03/04/13)
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