Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, o empresário Rodolfo da Rocha
Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda – sócio da empresa aérea Panair do
Brasil -, reuniu documentos que apontam que a falência da empresa decretada em
1965 pelo governo durante o regime militar (1964-1985) decorreu de perseguição
política. Celso e seu sócio, Mario Wallace Simonsen, na época, eram ligados ao
ex-presidente da República e opositor do regime militar, Juscelino Kubitschek.
De acordo com o jornal, quando a Panair pediu concordata, o governo impediu,
através de um decreto, que empresas aéreas utilizassem esse aparato legal,
ocasionando a falência da empresa. Outro decreto, proibindo que empresas aéreas
que houvessem falido voltassem a operar, foi instituído no momento em que a
Panair conseguiu pagar seus credores e, pelos termos da lei, retomaria os voos.
Relatórios do governo indicam, no entanto, que a empresa não era insolvente e
não possuía irregularidades. Segundo o Estado, Rodolfo teve acesso aos
documentos em 2012, graças à Lei de Acesso à Informação, e, em seguida, os
encaminhou à Comissão Nacional da Verdade (CNV), a qual realizou, no dia
23/03/13, uma audiência pública na cidade do Rio de Janeiro para discutir o
caso. De acordo com o Rodolfo, a intenção da averiguação do caso pela CNV não é
cobrar o prejuízo sofrido pelos empresários, mas obter o reconhecimento do
Estado de que a falência não foi culpa dos sócios da Panair e sim consequência
de uma manobra do governo militar. (O Estado de S. Paulo – Nacional – 25/03/13)
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